terça-feira, janeiro 04, 2005

Não é falta de respeito.

Humor negro não é falta de respeito. É uma maneira de aliviar a tensão, o pesar, o semblante carregado, e de fugir à comiseração inútil.
Dou por mim a fazer piadinhas com tsunamis, ondas, e a propósito de alguém sobreviveu 9 dias em alto mar, depois da Tsunami...pois, é sempre melhor depois de passar a rebentação.... E os meus colegas ficam a olhar para mim com ar de reprovação, como se eu fosse uma herege a vociferar blasfémias. Oh. O que mais me custa é não estar lá a ajudar. Por exemplo, toda a gente se choca com aqueles que prolongam as férias. Pois bem, traumas à parte e casos particulares considerados, se eu lá estivesse de férias, e estivesse bem, juntar-me ia aos esforços de resgate, limpeza e reconstrução, sem hesitar. Isso sim, seriam umas férias verdadeiramente úteis. E não consigo deixar de pensar que aquela gente tem uma hipótese muito especial de começar de novo...Um acontecimento destes tem a capacidade de colocar a vida sob uma nova perspectiva. Se ao menos, nós ocidentais/europeus/confortavelmente materialistas, pudéssemos sentir esse espírito de regeneração total...

8 Comments:

Blogger Unknown said...

Tou contigo Silvia!
Ainda no outro dia comentava com uns amigos que ficaria lá a ajudar.
Era isso que eu faria!

terça-feira, 04 janeiro, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Esta vontade de "regeneração total" é algo a que poderias dar mais alguma reflexão. É que se há gente que gostava simplesmente mandar tudo para o recycle bin e começar de novo, outros há que já aprenderam que não existem fresh-starts e que o melhor que temos a fazer é prosseguir em frente, com o conhecimento que acumulámos ao longo do caminho.

Um dia destes, quando aprenderes a gostar um bocadinho mais de ti, vais ver que afinal não há necessidade de fazer piadas acerca do tsunami ou de descreveres cada sílaba da palavra esterco.

"Não é por se lerem os textos num qualquer blog que se passa a conhecer a fundo uma pessoa os escreve. Não é mesmo."

Não e sim. Não, porque no fundo tu não queres mesmo que este blog tenha algo a ver com aquilo que és; ele é a tua hipótese de "regeneração total". E sim, porque o sítio onde procuro abrigo diz muito acerca daquilo que ando a fugir.

terça-feira, 04 janeiro, 2005  
Blogger O Amigo do Café said...

Eu não acho nada mal as piadas sobre os tnunamis. Afinal, quem se riu das piadas das duas torres e de Castelo de Paiva, também se ri dessas. Concordo plenamente com a ideia de fugir à comiseração inútil.
(Por falar nisso, sabes aquela do puto indonésio que pede ao pai: "Pai, quero um portátil!", ao que o pai responde: "de que marca?", e o puto responde.. "Tsunami!".

terça-feira, 04 janeiro, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Olha-me bem para isto. Olha q o gajo(a) ( é post anónimo, a menos q esteja distraido) conseguiu perceber / traduzir aquilo q eu queria dizer com a minha caralhada no teu blog - olha logo eu q pensava q as caralhadas não se explicavam. Diziam-se e pronto, está feito. Ora boa.
Mas continua que vais bem. Afinal para blog de gaja(s) tens aqui um leitor assíduo. O Post é um pouco duro ( quase como calão, mas sem dixer asneiras) mas parece-me muito bem intencionado.

Fiquem bem

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terça-feira, 04 janeiro, 2005  
Blogger S. said...

Criar o teu próprio blog para exprimires as tuas ideias "regeneradoras" é algo a que poderias dar mais alguma reflexão. É que a minha vontade é mandar comentários deste tipo para o Trash. Se és daqueles que não acreditas em "fresh-starts", experimenta uns "freshmints" para a cabeça, e já agora toma alguns para o caminho.

E o problema não é eu gostar de mim ou não, porque se me conhecesses - ou até se soubesses ler - saberias melhor, mas sim aqueles que gostariam que eu gostasse deles.
E não, não há necessidade de fazer piadas sobre seja o que for, tal como não há necessidade de responder a comentários indocumentados, frustrados e, sobretudo, anónimos, mas há liberdade e o espaço para o fazer. E faço-o apenas no meu espaço e jamais me aproveito do espaço alheio para me mostrar. Vivo a minha vida e não a vida dos outros. E tu não tens lugar na minha vida, capacita-te disso.

"Não é por se lerem os textos num qualquer blog que se passa a conhecer a fundo a pessoa os escreve. Não é mesmo."Não percebeste?... eu repito:
"Não é por se lerem os textos num qualquer blog que se passa a conhecer a fundo a pessoa os escreve. Não é mesmo."Este blogue é só um blogue. Só isso. Poupa-me as tuas projecções e vai-te "regenerar" lá para o sítio onde procuras abrigo e que, acredita, não fica aqui.

terça-feira, 04 janeiro, 2005  
Blogger S. said...

Já tentei essa abordagem, cara Ana, e a supressão dos comentários anónimos também, mas aí pagava o justo pelo pecador. Além do mais, há pessoas que precisam mesmo que lhes soletrem algumas regras. Há comentários que simplesmente não podem ficar sem resposta, ou melhor, esclarecimento. Fazem-me saltar a tampa!

terça-feira, 04 janeiro, 2005  
Anonymous Anónimo said...

U pubinho é que teinhe razoum:
"Bozes de burro naum chegaum ao céue!"
E tu, Sílbia, estás nu ceúe.

The Toy, num purtuguiês fauntáisticu.

terça-feira, 04 janeiro, 2005  
Blogger Nuno said...

Ajudam mais os turistas a "espraiarem-se" e a gastarem uma milenas de baths do que a "tentarem ajudar", por muito boas que sejam as intenções. E os tailandeses já deixaram isso bem claro. Mandem-se medicamentos e dinheiro para gastar. O resto há lá.

Começa-se agora a falar do horror que vai ser o número de mortos em Aceh, no norte de Sumatra. Aí sim, os vivos correm, ainda, o risco de morrer há fome, antes de ficarem doentes. Aí não há estradas, nem embaixadores ou turistas "insensíveis" para culpabilizar.

Cada um é livre de pensar da forma que quiser. Eu, por tudo o que disse em cima, por ter amigos que estavam lá e se safaram e se calhar por gostar daquelas pessoas, não consigo rir-me

terça-feira, 04 janeiro, 2005  

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