Ainda não sei.
Se me perguntarem como é a vida no Porto, a única resposta sincera que vos posso dar é: Não sei.
Não sei porque, agora que comprei casa na Invicta, apercebo-me do quão maiata sou. Sempre vivi na Maia e quando lá vou, agora a "casa da mãe", sinto o mesmo que sentia quando vinha de Lisboa - só já não existe o trauma da viagem de regresso de três horas no comboio.
Matosinhos, aqui a dez minutos, parece-me distante. A Foz é um cenário romântico que me relaxa nos passeios matinais ao Sábado. Serralves está convenientemente perto e até é visitável ao domingo antes da chegada do maralhal que aproveita a borlinha. O Cabedelo fica à distância de um passeio de barco. É tudo bom e é tudo novidade, sendo que nada é realmente novo.
Mas tenho saudades de casa. Da Maia. Quando passo três dias seguidos na "minha casa", sinto saudade dos percursos, do ar do campo entrecortado por vias rápidas que lá se respira, os amigos de sempre, das pessoas simples, da placidez, da qualidade de vida inteligente, da vibração calma. E tenho saudades das minhas cadelas, porque na Maia têm uma moradia com jardim para correr, ladrar e controlar duas-ruas-duas. Aqui no Porto, teriam apenas um terraço — que, por espaçoso que seja, levaria a Loira a saltar para o abismo, como é seu hábito — além de que ficariam fechadas todo o dia. Só se o patrão me deixasse trazer as cadelas para a agência.... o que não seria inédito. :)
Mas ando dividida. Parece que não consigo assentar propriamente. Talvez seja a força do hábito da vida nómada que venho tendo nos últimos...err... dez anos!?
Ontem mesmo, ao fazer um trabalho para Lisboa — sim, as agências do Porto fazem trabalhos para Lisboa — tive saudades. Tive saudades da bela desculpa que tinha para não dar cavaco a ninguém cá no Porto. Afinal, estava longe. Agora, afinal, estou perto, mas ainda não aterrei propriamente.
De Lisboa, sinto falta de andar meia perdida, de andar à descoberta, de me meter por sítios que não conhecia, do desafio permanente, de resolver problemas sem ter um método pré-conhecido. Em Lisboa, aconteciam coisas constantemente. É verdade que também dividia a casa, e estava sempre em contacto com pessoas diferentes, e que também saía mais e trabalhava com mais gente. Mais pessoas, e muitas delas desapegadas como eu, significam mais experiências. Aqui, fico mais em casa. Ou saio para tratar de coisas da casa. Ou vou acudir à família. Os amigos continuam tão casados como quando saí para Lisboa, e os que se divorciaram estão num registo que não me apetece revisitar. Tenho de conhecer gente nova... tenho de voltar a adoptar a forma de estar lisboeta, ainda que a curiosidade pela cidade seja diminuta, e me prometa a mim mesma, sem ainda ter conseguido cumprir, que, no próximo fim de semana, vou ver/rever/fazer/conhecer alguma coisa nova.
Tenho de voltar a por os pés no chão, definitivamente, e assumir as rédeas da vida que já tenho.
Enfim... tenho, mas é, de começar com as obras.
Alguém conhece um empreiteiro de confiança?
Não sei porque, agora que comprei casa na Invicta, apercebo-me do quão maiata sou. Sempre vivi na Maia e quando lá vou, agora a "casa da mãe", sinto o mesmo que sentia quando vinha de Lisboa - só já não existe o trauma da viagem de regresso de três horas no comboio.
Matosinhos, aqui a dez minutos, parece-me distante. A Foz é um cenário romântico que me relaxa nos passeios matinais ao Sábado. Serralves está convenientemente perto e até é visitável ao domingo antes da chegada do maralhal que aproveita a borlinha. O Cabedelo fica à distância de um passeio de barco. É tudo bom e é tudo novidade, sendo que nada é realmente novo.
Mas tenho saudades de casa. Da Maia. Quando passo três dias seguidos na "minha casa", sinto saudade dos percursos, do ar do campo entrecortado por vias rápidas que lá se respira, os amigos de sempre, das pessoas simples, da placidez, da qualidade de vida inteligente, da vibração calma. E tenho saudades das minhas cadelas, porque na Maia têm uma moradia com jardim para correr, ladrar e controlar duas-ruas-duas. Aqui no Porto, teriam apenas um terraço — que, por espaçoso que seja, levaria a Loira a saltar para o abismo, como é seu hábito — além de que ficariam fechadas todo o dia. Só se o patrão me deixasse trazer as cadelas para a agência.... o que não seria inédito. :)
Mas ando dividida. Parece que não consigo assentar propriamente. Talvez seja a força do hábito da vida nómada que venho tendo nos últimos...err... dez anos!?
Ontem mesmo, ao fazer um trabalho para Lisboa — sim, as agências do Porto fazem trabalhos para Lisboa — tive saudades. Tive saudades da bela desculpa que tinha para não dar cavaco a ninguém cá no Porto. Afinal, estava longe. Agora, afinal, estou perto, mas ainda não aterrei propriamente.
De Lisboa, sinto falta de andar meia perdida, de andar à descoberta, de me meter por sítios que não conhecia, do desafio permanente, de resolver problemas sem ter um método pré-conhecido. Em Lisboa, aconteciam coisas constantemente. É verdade que também dividia a casa, e estava sempre em contacto com pessoas diferentes, e que também saía mais e trabalhava com mais gente. Mais pessoas, e muitas delas desapegadas como eu, significam mais experiências. Aqui, fico mais em casa. Ou saio para tratar de coisas da casa. Ou vou acudir à família. Os amigos continuam tão casados como quando saí para Lisboa, e os que se divorciaram estão num registo que não me apetece revisitar. Tenho de conhecer gente nova... tenho de voltar a adoptar a forma de estar lisboeta, ainda que a curiosidade pela cidade seja diminuta, e me prometa a mim mesma, sem ainda ter conseguido cumprir, que, no próximo fim de semana, vou ver/rever/fazer/conhecer alguma coisa nova.
Tenho de voltar a por os pés no chão, definitivamente, e assumir as rédeas da vida que já tenho.
Enfim... tenho, mas é, de começar com as obras.
Alguém conhece um empreiteiro de confiança?
3 Comments:
Mas a vida é isso mesmo, sentirmos, permanentemente, saudade. :)
Saudade de alguém, de um lugar...
Será por estares a viver agora no Porto, a nostalgia é mais forte? O Porto é lindo por essa nostalgia que nos assola, acho eu.
Beijo*
E eu, que estou a viver em Lisboa à pouco tempo, já estou com vontade de ir embora. É curioso como gostava mais de Lisboa antes de viver nela. É curioso como pensava que quando cá vivesse ía fazer imensas coisas, e agora, que até tenho bastante tempo, não tenho vontade de sair à rua.
Mas vai. Apanha o electrico e vai. :)
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