Não sei o que é, mas não é para quem quer.
Não sei o que tenho que eles querem para eles. Será o olhar, o sorriso? A boa-disposição? O sentido de humor? O ar roliço não deve ser, com certeza. Não sou um mulherão. Sou uma miúda que parece que não cresceu. Sou uma miúda que os recorda de quando eram miúdos e do quanto já o deixaram de ser. Sou uma escapadela. Um brilhozinho ao fundo do túnel. Um regresso à inocência da adolescência, quando o compromisso da idade adulta não existia. Sou uma coisinha respeitosa e nada mesmo escandalosa. Conveniente, portanto. E independente e voluntariosa. Sou bem-intencionada. Sou um fenómeno da natureza humana, ou pareço, mas depois, eles vão a ver e sou fraquinha e frágil e sensível e sem qualquer protecção nos flancos. Sou fácil. Sou pequenina, mas pareço grande. E quando me acham grande, descobrem que sou pequenina, assim, que dá para levar no bolso e depois colocar na prateleira, quiçá até imprimir um padrão de papel de parede com a pequena flor que sou.
Só que não há cola que me resista ao mofo. Murcho. Murcho logo. Murcho e descasco e aviso e logo, logo, desapareço.
Só que não há cola que me resista ao mofo. Murcho. Murcho logo. Murcho e descasco e aviso e logo, logo, desapareço.
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