quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Duas redomas e uma visão cristalina.

Olho para ele e consigo imaginá-lo ao meu lado, como se estivesse lá desde sempre. Orgulho-me do que diz, da forma como fala, daquilo que pensa, da forma como age. Tem tudo certo. Gosto de andar na rua abraçada a ele e sinto-me segura. Gosto de o ver. Ele é bonito, é boa pessoa, faz-me bem. É fácil imaginarmo-nos como o par perfeito. Eu acho que ele sabe isso. Ele SABE isso. Eu sei. Nós sabemos.
Mas não fazemos nada. Duas redomas e uma visão cristalina.
Deixamos estar, deixamo-nos andar, falamos sobre tudo excepto sobre "nós". E sobre "um" e "outra". Não falamos. Não é o momento. São coisas nossas que ainda estão em nós que não permitem ainda que "eu" e "ele" assumamos um "nós".
Somos amigos. Somos amigos e nunca vamos deixar de o ser, e isso também é o porquê de nós não deixarmos de ser amigos para sermos... algo para além de amigos.
Gosto muito de o ver. Gosto sempre de o ver.
Não preciso de o ver todos os dias, não sinto saudades dele quando não o vejo, mas sinto vontade de estar com ele hoje e daqui a uns dias.
Somos livres e nem pedimos licença. Sem trelas nem amarras, estamos ligados sem fios. Somos leais e nada obrigados. Somos uns estranhos que se adivinham em cada olhar. Sabemos mais do que queremos admitir. Temos tempo e vamos usar todo esse tempo até que chegue o nosso tempo. E não fazemos planos. Sabemos onde estamos, não sabemos para onde vamos, achamo-nos um dia, afastamo-nos e voltamos a encontrarmo-nos. Nunca nos iremos perder.

1 Comments:

Blogger S. said...

E 5 anos depois, não sei a quem me referia... :P

terça-feira, 26 fevereiro, 2013  

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