sexta-feira, agosto 26, 2011

Bangok to Bali...

Estou demasiado cansada para escrever, mas tenho uma hora para gastar, e porque ainda eh de madrugada em Portugal e ninguem esta no chat, aqui vai disto.
Bankok to Bali. Via Intrepid, sem mapas, sem planeamento, com um orcamento curto e estouravel, sem nocao das taxas de cambio. Enquanto isto, dizem-me que Portugal arde, nas florestas e nas carteiras. Nao faz mal, mesmo a 10.500kms de distancia, continuo portuguesa e queimo dinheiro como se nao houvesse um depois de amanha em Portugal.

Porque foi que vim nesta viagem?
Porque, tendo terminado com B. nao conseguia imaginar passar um Agosto em Portugal a olhar para a Praia de Santo Amaro ou, em alternativa, Matosinhos.
Porque tinha a cabeca, o espirito e a estamina feitas em agua e nao valia a pena ter-me por perto. Alias, qualquer tentativa de me reter, teria, muito provavelmente, resultado em evasao total.
Porque eu sonhava vir a Bali com o B, mas nao havendo B. na equacao, ainda sobravamos eu e Bali. E porque eu mereco. E porque assim o dizia o meu mapa astral para 2011.

E, entao, estou a gostar?
Entao, estou a gostar....-me.
Acima de tudo, eu estava um farrapo da pessoa que um dia havia sido. Demasiado tempo em clausura, nao faz o monge (muito menos a freira) faz o vegetal...o bolor.
Nao estudei os destinos, nao comprei mapas, mal dediquei 5 minutos aos manuais da viagem que os guias me ofereceram. Embarquei e deixei-me ir. Era o que Deus quisesse. Ou Alah.Ou Buda. Ou Brahma. Ou todos.
Hoje, 28 dias depois, tal qual as fases da Lua, os ciclos de fertilidade da mulher e o calendario Maia, renasci. Sinto-me de volta a mim mesma, sinto-me livre, forte e com vontade para fazer coisas. Com vontade para voltar a ser a chata insuportavel de sempre, mas agora com mais charme e diplomacia. Ja me apetece trabalhar outra vez (para pagar a proxima viagem), ja ate gosto de Lisboa, e voltei a imaginar o meu futuro.

Se estou a gostar da viagem entre Bankok e Bali?
Isso sao outros quinhentos: quatro paises, quatro moedas diferentes, dezenas de hoteis, 25 novos conhecidos para o facebook (pelo menos ate partilharem as fotos), 20 quilos 'as costas, muito nasi goreng (arroz frito) e nenhuma diarreia. Um sucesso, portanto.
A Tailandia... quero la voltar, durante um mes. E quero fazer mais 53 massagens taiulandesas e de refexologia e o mais que houver, dos pes ah cabeca, por favor, sim. Por serem budistas, os tailandeses vivem de bem com a vida e isso sente-se na energia, no ar, nos sorrisos e na descontracao das gentes.
Malasia... qual Malasia? Ah, as Torres Petronas, porque tudo o resto foi China Town, Little India, e batik. Malasios nem ve-los, soh mesmo na beira da estrada, entre cidades. Valeu por Malacca, mas, la esta, nohs portugueses sabemos sempre escolher o melhor para que, depois, venham os outros (neste caso, os holandeses) e no-lo arrematem. A Malasia eh um pais obcecado com a riqueza e a identidade nacional. Querem ser o "Numero Um" da Asia, por isso se chamam Malaysia, e os seus habitantes, malasios e nao malaios (excepto em portugues), porque nao querem ser confundidos com o povo dos Hilamalaias, mas querem ser "malasians, THE asians, "
Maioritariamente islamica, e em pleno mes do ramadao, na Malsia sente-se a azia no ar. E a poluicao. Claro que alguma da culpa desta percepcao tem a ver com o itinerario da Intrepid que nos ofereceu 3 cidades seguidas: Georgetown (Penang), Kuala Lumpur, e (felizmente) Malaca.
Singapura... podia la viver. Passei duas vezes em frente ah Maccann, mas sendo que estou de ferias, de ferias permaneci.
Indonesia, que tao ma fama tem em Portugal, excepto quando se pronuncia 'Bali'.
Comecamos pela ilha de Java. Eh rude. Eh muito rude do campo, rudimentar, pobre, e baratissima, porque, afinal, nao eh Bali. Mas eh encantadora em todo o seu charme de aldeias de bambu, onde o coco eh pau para toda a colher. Do norte, ao oeste e depois atravessando para o leste da ilha, entre campos de arroz e pura selva, estradas esburacadas ou cheias de curvas e motorizadas, la fomos apreciando a paisagem em contra-mao, uma vez com um pneu furado, outra vez com uma carrinha que mal conseguia subir a ladeira. No monte Borum, vislumbramos a superficie da Lua, ou de como seria a Terra de um destes grandes vulcoes javaneses se lembrasse de estourar em toda a sua plenitude. Vamos desejar que nao, e deixar muitas oferendas aos deuses hindus que inspiram o povo de Java. Depois viemos para a praia. Agua ah temperatura de sopa, massagens na praia e bakso de fazer saltar os olhos de tao picante, quanto saborosa. Muitos batiks, sarongs, e pulseirinhas depois, embarcamos para Bali.

E Bali?
Bali foi o remate perfeito. A amostra que me faz querer ca voltar e mais nao digo porque tenho, outra vez, planos para o futuro.

O grupo?
Vivam os Portugueses, porque os anglo-saxonicos so teem mesmo muita graca na BBC. Depois de uns dias, cansam-nos a beleza de tao ingleso-umbiguistas que sao, que nem olham para a Natureza que tem ah volta, nao os conectam com os locais, muito menos a cultura, remetendo-se a hidratar os escaldoes com Bintang, sempre que falta a Guiness ou a Heineken.
Portugal, volta que estas aperdoado. Ou melhor, deixa-te estar, que ja ai vou dar-te o arroz.

E qual eh a primeira refeicao que me apetece quando voltar?
Bolinhos de bacalhau com arroz CAROLINO de tomate, por favor.

:)