terça-feira, outubro 12, 2004

Não há censura em Portugal!

Como eu gosto de ver o Mestre Paulo Portas em acção!
Ele foi na (re)criação do PP (leia-se..Pê de Paulo Pê de Portas), ele foi no afastamento do Manuel Monteiro do CDS que ficou então apenas PP. Ele foi na apropriação da pastinha da Defesa, ele foi na manutenção da pastinha da Defesa-e-do-Mar-Também quando o governo foi todinho remodelado, ele foi ontem à noite em todos os telejornais, nos quatro canais privados ou mais ou menos.
Custa-me acreditar que o eloquente do Sr. Santana Lopes, com mais assessores do que dentes na boca, e com o ex-jornalista e ex-director de jornal, dr. Paulo Portas, ao seu lado direito, tenha conseguido transmitir tão má imagem apenas por acaso.
Eu não sei de nada, mas o que pareceu foi que:

- SL apareceu atarracado e escondido atrás da secretária. O plano era quase picado, o que o fazia parecer ainda mais enterrado na cadeira que obviamente não estava à altura do nosso (?) Primeiro. (É que isto nos GRAVADOS não se pode corrigir, não é?)
- Mal sentado, SL descaía para a direita (de quem vê), um cotovelo em cima da mesa e outro fora dela, transmitindo um desconforto e desequilíbrio constrangedores. (Seria o peso da coligação a fazer-se sentir?)
- SL remexia nos papéis, perdendo a fluência do discurso e quebrando o contacto ocular com o público. E usava óculos. Vísiveis. Que contribuiam para a quebra do olhar.(Ninguém tem por aí um teleponto? Com letras grandes?)
- Só havia uma câmara. Plano fixo quase sempre. Muito chato...ZZZZZZZ (Não se pode aumentar salários, descer o IRS e pagar a mais que um câmara ao mesmo tempo!)
- O homem falava depressa demais, estava nervoso, como que consciente de que não conseguiria encaixar tantos caracteres em tão pouco (?) tempo de antena (?). (Mas não há um assessorzinho que seja que edite texto? Não? E um par de tesouras, também não? Ah, claro! Não há censura em Portugal!)
- Todo este sofrimento se estendeu por demasiado tempo, num discurso monocórdico, quase interminável e sem pontos de tensão.
- Não acrescentou nada de novo, não referiu dados concretos, não transmitiu conhecimento de causa, e apropriou-se de feitos de executivos anteriores...mas deixemos isso para a oposição.
- E tudo isto durante o telejornal? Ou QUATRO??? Para que ninguém perdesse este triste espectáculo...Hmm.
- Gravado, para que nenhuma das falhas...falhasse. Hmm. Hmm.

Será que Paulo Portas não manda mesmo nada no Executivo, furtando-se a contribuir com o profundo conhecimento que todos sabemos que possui sobre técnicas de Comunicação? Em tantos assessores, será que nenhum dos ditos se dedica à gestão da imagem do Governo? Ou dedica mesmo muito? E nesses todos, será que não existe alguém capaz de construir um discurso eficazmente curto, conciso e contundente qb? E fora do governo também não? E um que queira?
Depois de um escândalo como o de Marcelo Rebelo de Sousa, miseravelmente conduzido pelo governo e magistralmente aproveitado pelo Professor, o melhor que o Governo consegue é...isto?

A este nível não existem azares, nem coincidências, nem falta de jeito para comunicar. Alguém anda a brincar com os destinos dos portugueses, apenas para saciar a própria sede de poder. Só em Portugal...
Mas eu não sei de nada. Foi só o que me pareceu.

3 Comments:

Blogger Magnolia said...

Eu estava tão entusiasmada que adormeci logo no princípio. Anda uma pessoa a querer ver os telejornais e eles a passarem histórias da carochinha em vez da informação! Bom, como é que acabou o filme mesmo? Já sei, ele a dizer que ia combater os maus, salvar as damas e no fim conseguia a coroação... Não?

terça-feira, 12 outubro, 2004  
Blogger S. said...

Era mais:
Ele entrava pela Quinta das Celebridades adentro, montado num possante submarino cravado ao P. Portas, e resgatava a Cinha das unhas manicuradas do Conde de Chatô Bronco. E depois saíam os dois em glória e esplendor ao som do Pavarotti (o jumento) e vivam para sempre felizes na Corte com vista para o Tejo.

terça-feira, 12 outubro, 2004  
Blogger Magnolia said...

Cheira-me que isso ainda vai originar a sequela, o livro, a peça de teatro e a série de 30 episódios...

terça-feira, 12 outubro, 2004  

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