Centro de Saúde · parte II
Cheguei antes das 15h, como a médica me havia indicado. Pus-me em fila e esperei. Esperei, e esperei. Uma jovem estava a ser atendida no guiché, e continuou a ser atendida. E continuou, e continuou. A julgar pelo tempo que demorou o atendimento devia estar a ditar o processo clínico com os numeros por extenso, alterar os dados da família próxima e distante, a saldar as dívidas à Segurança Social, a pagar a água, a luz e o telefone e ainda a registar os números do Euromilhões. Para sorte das cinco pessoas que, atrás dela, esperavam em fila, lá foi preencher um formulário numa mesa ao lado, o que permitiu atender umas três pessoas. A médica chegara entretanto, passavam uns 20 minutos das três da tarde. Foi vestir a bata, tomar cafézinho e veio buscar as inscrições. A minha inscrição não seguiu no lote porque eu ainda estava na fila e a primeira moça ainda estava a ser atendida.
Finalmente chegou a minha vez. Comecei por dizer boa tarde. A funcionária olhou para mim como se lhe tivesse dado uma grande novidade. Depois, educadamente, expliquei-lhe que tinha vindo de manhã, e que a médica me dissera para voltar de tarde, para a consulta de recurso. Do lado de dentro do guiché apanho logo com um tom inquisidor e desconfiado: "A doutora disse-lhe para vir ao recurso?!?... E é urgente??" Disse-lhe que sim, com um olhar de carneirinho mal-morto e um sorriso do mais amarelo possível, o qual foi perfeitamente ignorado pela funcionária.
Enquanto aguardava que a senhora preenchesse o que tinha a preencher num terminal de computador arcaico, uma fulana não parava de tossir atrás de mim. E momentos mais tarde, já não parava de tossir ao meu lado, tão ao meu lado que a mão que devia tapar a boquinha estava apoiada no balcão de atendimento.Tapei a cara com a mão, reduzi o número de inspirações por minuto, e mentalizei-me que não levaria dali uma doença que não me pertencia. Assim que pude, escapuli-me para a sala de espera.
Finalmente chegou a minha vez. Comecei por dizer boa tarde. A funcionária olhou para mim como se lhe tivesse dado uma grande novidade. Depois, educadamente, expliquei-lhe que tinha vindo de manhã, e que a médica me dissera para voltar de tarde, para a consulta de recurso. Do lado de dentro do guiché apanho logo com um tom inquisidor e desconfiado: "A doutora disse-lhe para vir ao recurso?!?... E é urgente??" Disse-lhe que sim, com um olhar de carneirinho mal-morto e um sorriso do mais amarelo possível, o qual foi perfeitamente ignorado pela funcionária.
Enquanto aguardava que a senhora preenchesse o que tinha a preencher num terminal de computador arcaico, uma fulana não parava de tossir atrás de mim. E momentos mais tarde, já não parava de tossir ao meu lado, tão ao meu lado que a mão que devia tapar a boquinha estava apoiada no balcão de atendimento.Tapei a cara com a mão, reduzi o número de inspirações por minuto, e mentalizei-me que não levaria dali uma doença que não me pertencia. Assim que pude, escapuli-me para a sala de espera.
2 Comments:
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Às vezes parece saúde de 1ª e saúde de 2ª...Quem já foi a uma clínica privada percebe imediatamente a diferença de tratamento.A começar pelos funcionários.Exemplo:a minha mãe teve de fazer uma retroscopia.Uma amiga disse-lhe que era muito doloroso pois era feita sem qualquer anestesia (era mesmo arreganha que lá vai...).Ela optou,então,por ir a uma clínica privada.Resultado:anestesia geral,com direito a chá e bolachinhas no fim (não foi um cigarro)...Evidente que a conta ao fim também demonstrou a diferença.
Bem,mas como diria o outro:a vida é bela,só se f... quem anda nela...
Nelma.
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