Velha Lisboa que me pões velha.
Quanto mais o corpo fraqueja, mais dificil se torna a vida dos velhinhos. Mas, porra, ser velhinha (os velhinhos morrem todos mais cedo) em Lisboa é uma aventura. Estas ruas são pistas de todo-o-terreno-off-road-dificuldade-grau-máximo. Ele é o piso em calçada portuguesa, bela mas escorregadia, que se torna um ringue de patinagem às primeiras chuvas, mangueiradas ou mijocas de cão e cagadelas de pomba, ele é os desníveis do pavimento e as pedras soltas, fabulosas para tropeçar, ele é as ruas íngremes-íngremes-mas-mesmo-muito-íngremes que a meio desistem e se transformam em escadinhas (inhas!! ha!), ele é os carros estacionados em cima do passeio, os caixotes de lixo aparcados em frente às portas, e as distâncias, senhores, as distâncias!...
Um velho ou morre ou arruma as botas mais cedo!
2 Comments:
Eu gosto muito do meu granitinho, cinzentinho de dia, e amarelinho à noite.
A minha avó morava pelas tuas bandas, na Madragoa, onde sempre tinha vivido. Aos noventa anos ainda ia todo santo Domingo a pé de casa a Alvalade ver o "seu" Sporting. Nunca se queixou: foram nove décadas de hábito e de caminhadas pela cidade fora. Hás de te habituar.
Quanto à pedrita da calçada em lioz, tem realmente muito que se lhe diga. Há quase 20 anos ia com a minha namorada (agora mulher), de mãos dadas e babadíssimos, a descer uma ruela junto ao Torel quando, por causa do chuviscar, a minha respectiva lançou ambas as pernas para a frente; eu, cavalheiro e estúpido, tentei ampará-la com o único resultado dos meus pés se solidarizarem com os dela. Moral da estória: caímos os dois em cima de uma inocente velhinha que felizmente amparou a nossa queda reduzindo o número de equimoses (as nossas, claro).
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