O que ninguém nos disse.
O que ninguém nos disse foi que o maior obstáculo que teríamos na vida seríamos nós mesmos. Ninguém nos disse que toda a vontade, toda a força e todas as razões estão dentro de nós, e não dependem exclusivamente dos estímulos exteriores.
O que nos disseram é que quem está de fora é que sabe, quem está acima é que manda, e que devemos sempre fazer o que nos mandam.
Eu gosto de regras. Gosto. Pode não parecer, mas impor-me um belo conjunto de regras, bem pensadas, adequadas e explicadas, é do melhor que me podem fazer. Um descanso.
Ao contrário, imporem-me frases feitas, atitudes padronizadas e dizerem-me que assim é que é, é a garantia de que vou quebrar algumas, todas, ou, mais inteligentemente, escolher aquelas que me interessam.
A vida aos 30 é uma surpresa. Nunca ninguém me disse que eu havia de ter mudanças de humor sem saber porquê. Que haveria de acordar bem uns dias, e andar ansiosa ou insatisfeita noutros. Há dias em que me sinto triste, e dias em que tudo está bem. A vida aos 30 é uma imensa e imprevisível sensibilidade.
Tudo nos toca, tudo tem um significado, tudo implica uma aprendizagem nova desde que nos apercebemos que a vida não era nada do que nos venderam no post anterior.
Vai daí, dá trabalho ter 30.
A década entre os 20 e os 30 é aquela que nos determina o resto das nossas vidas. Talvez não tenhamos casado, talvez até já e nos tenhamos divorciado, separado, ou talvez nem nunca tivéssemos amado ou então nos tenham magoado. Talvez tenhamos um bom emprego, talvez nunca tivéssemos tido uma boa oportunidade ou nunca procurámos no sítio certo. Talvez tenhamos tido tudo o que sonhámos, mas, por alguma razão, não nos sentimos bem com aquilo. Talvez estejamos saudáveis, ou talvez tenhamos tido um acidente ou adoecido com algo grave. Talvez estejamos muito diferentes daquilo que éramos aos 20. Talvez os nossos colegas da escola, se nos encontrassem agora, não nos reconhecessem. Talvez não nos reconheçamos a nós mesmos. Talvez sejamos superstars do futebol ou música pop. Talvez sejamos ministros, CEO's ou estejamos a dormir na rua. Talvez tenhamos tido tudo e perdido, ou ao contrário, ou ainda venha a acontecer. Talvez já tenhamos morrido, ou uma experiência de vida nos tenha mudado para sempre. Talvez tenhamos mudado de cidade, de país, ido para onde ninguém nos conhece. Talvez sejamos mais felizes assim, talvez tenhamos tomado decisões erradas e perdido o caminho de volta. Talvez pratiquemos meditação transcendental, yoga e taichi e acreditemos nas energias vitais e na reincarnação, talvez nos tenhamos tornado religiosos ou completamente descrentes. Talvez tenhamos filhos, talvez não os possamos ter de todo, ou nasceram com deficiência. Talvez tenhamos a família alargada a viver connosco, talvez vivamos rodeados de pessoas que nos atrapalham, talvez vivamos sozinhos e não gostemos, ou talvez seja essa a única maneira que achamos que somos felizes. Talvez não nos identifiquemos com ninguém que conheçamos, ou talvez nos sintamos integrados ou nos tenhamos tornado no próprio guru de uma seita. Talvez comamos peixe ao jantar ou nos tenhamos tornado ovo-lacto-vegetarianos que devoramos baldes de pipocas no cinema. Talvez sejamos felizes mas não nos apercebamos, talvez sejamos infelizes e achemos que o merecemos. Talvez estejamos errados, ou talvez não. Talvez partilhemos espectáculos ou mofemos em casa em frente a um blog. Talvez.
Sim e não e às vezes.
O que ninguém nos disse é que há espaço para a incerteza. O que ninguém nos disse é que tudo está sempre em aberto.
O que ninguém nos disse é que também não sabia o que nos haveria de dizer.
O que nos disseram é que quem está de fora é que sabe, quem está acima é que manda, e que devemos sempre fazer o que nos mandam.
Eu gosto de regras. Gosto. Pode não parecer, mas impor-me um belo conjunto de regras, bem pensadas, adequadas e explicadas, é do melhor que me podem fazer. Um descanso.
Ao contrário, imporem-me frases feitas, atitudes padronizadas e dizerem-me que assim é que é, é a garantia de que vou quebrar algumas, todas, ou, mais inteligentemente, escolher aquelas que me interessam.
A vida aos 30 é uma surpresa. Nunca ninguém me disse que eu havia de ter mudanças de humor sem saber porquê. Que haveria de acordar bem uns dias, e andar ansiosa ou insatisfeita noutros. Há dias em que me sinto triste, e dias em que tudo está bem. A vida aos 30 é uma imensa e imprevisível sensibilidade.
Tudo nos toca, tudo tem um significado, tudo implica uma aprendizagem nova desde que nos apercebemos que a vida não era nada do que nos venderam no post anterior.
Vai daí, dá trabalho ter 30.
A década entre os 20 e os 30 é aquela que nos determina o resto das nossas vidas. Talvez não tenhamos casado, talvez até já e nos tenhamos divorciado, separado, ou talvez nem nunca tivéssemos amado ou então nos tenham magoado. Talvez tenhamos um bom emprego, talvez nunca tivéssemos tido uma boa oportunidade ou nunca procurámos no sítio certo. Talvez tenhamos tido tudo o que sonhámos, mas, por alguma razão, não nos sentimos bem com aquilo. Talvez estejamos saudáveis, ou talvez tenhamos tido um acidente ou adoecido com algo grave. Talvez estejamos muito diferentes daquilo que éramos aos 20. Talvez os nossos colegas da escola, se nos encontrassem agora, não nos reconhecessem. Talvez não nos reconheçamos a nós mesmos. Talvez sejamos superstars do futebol ou música pop. Talvez sejamos ministros, CEO's ou estejamos a dormir na rua. Talvez tenhamos tido tudo e perdido, ou ao contrário, ou ainda venha a acontecer. Talvez já tenhamos morrido, ou uma experiência de vida nos tenha mudado para sempre. Talvez tenhamos mudado de cidade, de país, ido para onde ninguém nos conhece. Talvez sejamos mais felizes assim, talvez tenhamos tomado decisões erradas e perdido o caminho de volta. Talvez pratiquemos meditação transcendental, yoga e taichi e acreditemos nas energias vitais e na reincarnação, talvez nos tenhamos tornado religiosos ou completamente descrentes. Talvez tenhamos filhos, talvez não os possamos ter de todo, ou nasceram com deficiência. Talvez tenhamos a família alargada a viver connosco, talvez vivamos rodeados de pessoas que nos atrapalham, talvez vivamos sozinhos e não gostemos, ou talvez seja essa a única maneira que achamos que somos felizes. Talvez não nos identifiquemos com ninguém que conheçamos, ou talvez nos sintamos integrados ou nos tenhamos tornado no próprio guru de uma seita. Talvez comamos peixe ao jantar ou nos tenhamos tornado ovo-lacto-vegetarianos que devoramos baldes de pipocas no cinema. Talvez sejamos felizes mas não nos apercebamos, talvez sejamos infelizes e achemos que o merecemos. Talvez estejamos errados, ou talvez não. Talvez partilhemos espectáculos ou mofemos em casa em frente a um blog. Talvez.
Sim e não e às vezes.
O que ninguém nos disse é que há espaço para a incerteza. O que ninguém nos disse é que tudo está sempre em aberto.
O que ninguém nos disse é que também não sabia o que nos haveria de dizer.
3 Comments:
Claro que não nos dizem, S. Faz parte de crescer. Se andarmos sempre ao colo, nunca aprendemos a andar. E suspeito, pelo que já li em ti, que tu não só andas, mas corres. Continua.
gosto de ti, porra! ;)
Eu também gosto de gostar de quem gosta de mim. :)
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