quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Busca-me.

Gosto dele como um cão sarnento. Mesmo que não tenha sarna, nem nada assim tão desagradável, consegue incomodar-me muitas vezes. Mas é como um cão. Não pensa muito no que faz, age com o sentimento do momento. É honesto. É absolutamente de confiança.
Consegue ser casmurro e desobediente, mas mesmo quando tenta fugir, não o faz por mal, mas apenas por motivos absolutamente egoistas, como se a sua sobrevivência dependesse disso, como se fosse uma coisa de instinto. Vai à caça, vai à rua, mas depois volta sempre para casa. Não fala, ou não diz nada de jeito, logo não é o melhor dos conversadores, nem precisa, porque aquilo que realmente interessa ele di-lo com os olhos. Basta estar lá para ver.
É comodista, dorminhoco, mas está sempre pronto para uns passeios, umas corridas, comida e um osso de vez em quando. É bom tê-lo por perto quando há trovoada. É companhia, é diversão pura e simples, é o momento presente e nada mais.
É um animalzinho, sincero como a natureza, fácil de entender desde que nada se espere dele. É sem filtro, e é o meu refúgio deste mundo cheio de estratégias e favores e intelectualizações furadas.
É ele e mais nada. É um mundo pequenino, uma lua por descobrir, um segredo bem guardado.
É ele e fica do meu lado animal.