This is me.
Por mais teorias Porto/Lisboa que eu desenvolva ou refute, por mais perguntas "Ficas ou voltas?" que me façam e que eu não saiba responder, há um sítio onde irei sempre regressar: a minha casa.
Vazia, despojada, imperfeita, cheia de potencial, farta de promessas, bloqueada sabe-se lá por que forças, bem localizada mas mais discreta como uma flor de papel de parede, com uma energia muito simples e extremamente acolhedora. Aqui, os passarinhos descansam no terraço e moram na caleira do telhado, o vento corre livremente entre as janelas que nunca se fecham e as portas que estão sempre abertas. Aqui, quando faz frio é porque é assim mesmo, mas é quentinho debaixo do cobertor. Quando faz calor, há sombra no terraço para refrescar. Há espaço. Há todo o espaço que eu preciso, sem luxos, sem móveis, sem bibelots. Na medida certa, ao valor certo, modesta mas muito honrada, esta é a minha casa. Só minha. E o melhor é que eu tenho esta casa, não é esta casa que me tem a mim.
E, assim, eu vou e eu volto, às voltas com a vida, sem sentir peso ou prisão, mas regressando sempre quando preciso de parar e respirar.
Não sei para onde vou, mas sei que volto sempre para aqui.
Esta casa sou muito, muito eu.
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