Pequeno GRANDE fim de semana.
Era só para apresentar uma reclamação, ó faxabôr, das 40 horas em Serralves. Então é assim:
Estava muito solinho, muita sombra boa, muita coisa para ver, muita coisa para fazer, muita gente gira, mas foi muito pouco tempo. E mais. Esperar um ano pela próxima edição, é muito tempo. Não dá para repetirem daqui a 3 meses?
26 Comments:
Acredito, pena este fim de semana ter ido para Coimbra...
Segundo dados internos, mais de 50.000 pessoas visitaram os jardins de Serralves durante as quarenta horas de evento (com umas quantas horas durante a noite de qualidade e sentidos discutíveis), numa cidade tomada de assalto por uma espécie de romaria histérica pela cultura. De facto a palavra "grátis" é capaz ainda de atrair milhares de pessoas a um espaço museológico "estranho", que tem "coisas esquisitas" e onde, provavelmente, não voltarão a entrar o resto do ano. A ideia é boa. Melhor de que nada, poder-se-ia dizer! Mas não consigo deixar de questionar se o formato será o mais indicado e se os efeitos serão os desejados.
Oube-lá, tens alguma coisa contra eventos grátis?
Ok, já que foi assim tão discutível, discutamos:
Qual é a tua sugestão? E quais seriam os efeitos desejados? Como alterarias o formato? E porque é que achas que as pessoas não voltariam a entrar lá?
O tipo de pessoas que lá foram, não eram do tipo de não voltar, isso reparei eu!
Gostei muito. O ano passado achei mais divertido e animado. Também concordo com a S. A ideia deveria ser repetida mais vezes e não só em Serralves.
A gratuitidade total e repetida já é uma ideia que me incomoda um bocadinho.
Uma vez para captar público, ainda vá. Agora repetidamente, acho injusto. A maioria das performances artísticas não são repetíveis. Uma exibição de uma peça de teatro nunca é igual à seguinte, um concerto nunca corre da mesma forma duas vezes. Há um esforço humano individual e colectivo, de criatividade, expressão, concretização, produção, etc. que não deve ser entendido como imediato e garantido. Há ali valor que merece ser valorizado e retribuído.
Por isso, eu digo que se façam Serralves em Festa uma vez por ano, mas que se repita ali ou noutros espaços mais vezes ao ano, mas com o pagamento de um mínimo sustentável para retribuir aos artistas. O estado pode sustentar, mas também é importante que o público saiba valorizar o esforço de quem sobe ao palco, ou exibe um talento único ou apurado à custa de muito trabalho.
Nada na arte é de geração espontânea.
É preciso desmistificar o mito de que a cultura é coisa para doutores e ricaços. Mas também não é, muitas vezes, de leitura imediata. Parte frequentemente, não só de factores culturais, mas também de determinados enquadramentos sócio-económicos nem sempre facilmente perceptíveis. Dispender talento, tempo e dinheiro a preparar um conjunto de eventos, que são simplesmente "despejados" em cima de um público, que nem sempre está preparado para os receber, não me parece nem pedagógico, nem capaz de captar novos públicos. Quem foi, gostou, e vai continuar a ir, provavelmente já ia, gostava e continuava a ir. Quem foi porque era à borla e descobriu sanitas no meio da relva; que se perguntava se um simples gerador (como ouvi) faria parte de alguma instalação (obviamente não denominada assim pelo interlocutor) estranha, que caiu no meio de um concerto de free-jazz onde todos os músico tocavam de forma caótica e descordenada......bem, provavelmente só lá volta para o ano, para continuar a beber umas cervejolas, num espaço fantástico, onde nem sempre pode ir porque é caro. Ainda por cima para ver coisas feitas por pessoas que, certamente serão doidas.
Se fosse mesmo só para doutores e ricaços teriam cobrado a entrada.
Comentários parvos ouvem-se sempre. Eu ouvi uns quantos. Acho que faz parte do incómodo que algo de diferente causa sempre a quem ainda não sabe como lidar com isso. Francamente, acho que estás a ser negativo e hermético, e devias ter um bocadinho mais de espírito positivo nesta questão.
Free jazz não é para toda a gente. Eu sou mais fã de animação, teatro e dança. Fui ao que quis e ainda comi uma framboesa da horta.
Como eu, outras pessoas foram apreciar o que quiseram. Não era condição obrigatória assistir a tudo, apreender tudo, e fruir tudo. Aliás era impossível!
E vi coisas que nunca tinha visto, e considero que isso educou o meu gosto, e abriu perspectivas.
Obviamente que sim. Não disse que era mau e claro que era impossível ver tudo e que terias, claro, de focar a tua atenção naquilo que mais gostas. E no final, acho mesmo que é muito positivo. É preferível as pessoas irem sem saber bem ao que vão do que nunca irem. E se no processo conquistares umas boas centenas, o saldo já é positivo. Acho só que se podia tentar ir ainda mais longe. Se melhorar, porque não?
...e herméticos são os Tupperwares!!!!!
Assim já gosto mais de te ouvir. Discurso positivo é sempre melhor. Esta foi só a segunda edição. Toda a gente envolvida aprendeu alguma coisa, logo a melhoria está sempre em perspectiva.
Quanto ao tupperware, sabes onde te levou da última vez, não sabes? Olha que eu chamo o Horácio! :P
Chamou, senhora?
A exposição via-se bem numa tarde,mas tal como na piada alentejana,eu conto outra vez!
Contactei a organização e eles afirmaram que a única forma viável de fazerem o evento nos próximos 3 meses novamente, era com a presença dos The Jills... As negociações continuam...
Eu não toco em Serralves, ainda tenho presente aquele verão de 91'.
Ai conta-me tudo e não me escondas nada! Verão de 91? Hmmm...
Phil, não contes nada sobre o Verão de 91, eu ainda estou traumatizado e apresento ainda várias mazelas corporais...livra-me de tamanhas recordações dessa época em que a Olá ainda tinha aqueles gelados de gelo a 20 paus...
Conta! Conta! Conta! Conta! Conta! Conta! Conta! Conta! CONTA!
Se tu contares, eu conto-te como eram as Queimas das Fitas no Palácio de Cristal...:P
Caraças!
Vocês têm cultura à vossa disposição ao mais alto nível todos os sábados em frente à Cadeia da Relação.
Ainda na semana passada, adquiri um belo exemplar da "Fada do Lar" de 1964.
E desejas partilhar essa descoberta connosco, prendado moçoilo?
Obrigado pela parte do "prendado".
Apenas isto: a feira de vandoma deveria ser transferida para os jardins de serralves.
Conseguem imaginar os resultados?
A Vandoma perdeu toda a mística de outrora, daqui nada só aceitam roupa de marca e discos de música clássica...
A bere... Dantes era escondidinha atrás da Sé. Agora é escancarada em frente à Cadeia da Relação/Centro Português de Fotografia nesta nova Grande Superfície de Granito dedicado ao Consumo de bens usados e "emprestados". Sempre fica melhor para a fotografia e atrai um perfil de consumidor mais exigente. O freak-chique, o rasta electrónico, o intelectual-fashion victim... e os turistas estrangeiros, claro.
É...estou a ver o potencial da coisa em Serralves.
Eu continuo a pensar que a Vandoma é nas Fontainhas, entre os esgotos ao ar livre das "ilhas" à volta, os excrementos das andorinhas, e o passar do comboio mesmo ali ao lado, sempre À espera de um mau negócio para ver alguem lançar-se à linha...
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