Conform this way.

O que é que se faz quanto tudo à volta nos parece chato, amorfo, já visto, cinzento, beje ou pastel, desbotado, previsível e uniformizado? Cada montra de cada loja neste país, nesta cidade, nesta terra (ou apenas na minha perspectiva) é um convite à conformidade, uma lobotomia sublimada, uma ameaça à individualidade, uma anestesia para o raciocínio. Ninguém aqui tem coragem de fazer algo diferente porque ninguém aqui usaria algo diferente. Ninguém no seu juízo perfeito. A generalização é uma venda, em mais que um sentido da palavra. A compra é a suprema integração. Compre aqui algo exactamente igual ao da loja ao lado. Compre aqui algo que o fará parecer-se exactamente como a pessoa que está aí ao seu lado, e com a outra e a outra, e a outra ao lado daquela outra. Compre lá aqui porque parece bem. Vá por aqui, que é por onde toda a gente vai. Venha, faça, aconteça, sinta a emoção, viva exactamente da mesma forma como toda a gente à sua volta e seja o mais igual dos iguais, pelo menos aparentemente, mas também é só isso que interessa. Faça o que é esperado de si. Comporte-se, conforme-se e seja feliz, porque a felicidade existe. Está na página 27 do nosso catálogo, logo a seguir à secção de Ignorância. Conforme-se e teremos o tamanho certo para si. Se for grande, fique pequeno. Se for pequeno, faça por ser grande. Se for médio, seja redondo, se for redondo, seja quadrado, se for quadrado, lime as arestas, e, se não tiver arestas, compre umas para as limar seguindo as instruções na etiqueta...
Seja como for, não se atreva a ser como é, mas seja simplesmente como os outros. Gostamos de si assim. Só assim.