Já pende.
Era uma vez uma balança. Não era nada daquelas modernaças que falam e apitam e até fazem contas. Era daquelas com dois pratos, um para por coisas, o outro para por os pesos. E o que eu gosto dos pesos. Sempre fui mais parcial aos pequeninos, aqueles que ficavam sempre fora das medições, esquecidos no pé da balança. Talvez a velha senhora merceeira não os visse, de tão pequeninos que eram, ou talvez eles se escondessem dela, dos seus olhos enevoados e das mãos engelhadas com unhas estriadas. Talvez andassem só a brincar, os pequeninos, enquanto os grandes faziam o trabalho pesado, ou então andavam a esconder-se do fiel da balança, que eu nunca soube quem era, mas devia ser o ajudante da velha.
Pelo menos, era o que eu imaginava, porque eu nunca chegava para ver lá em cima do balcão.
- Queria um maço de cigarros de chocolate, se faz favor...
Pelo menos, era o que eu imaginava, porque eu nunca chegava para ver lá em cima do balcão.
- Queria um maço de cigarros de chocolate, se faz favor...
2 Comments:
escreves bem. parece curto mas é complicado de explicar.
t'as pas 1 cigarette s'te plais?
~;)
Enviar um comentário
<< Home