De volta ao meu aconchego.
Há coisas sobre a capacidade de percepção humana que não são fáceis de explicar. Uma delas é a acuidade do instinto. Quando sentimos que algo está mal, que não vai bem, ou que não é como deveria ser, podemos até tentar ignorar esses sentimentos, podemos agir para os alterar, podemos-nos tentar convencer de que estamos errados, que esses sentimentos são só passageiros. Só que não o são. E não se calam e não desaparecem.
Com o tempo e a experiência, aprendi a dar ouvidos ao meu instinto. Mesmo quando me é mais fácil mudar o mundo à minha volta do que calar a minha percepção instintiva. O meu próprio corpo vira-se então contra mim. Fico nervosa, instável, saboto-me a mim mesma, como que, contra a convicção cega e racional que me impus a mim mesma, tentasse provar a razão e a importância do que sinto.
É geralmente um período de poucos dias, dois, três, uma semana de pequenos fogos, algumas explosões e muitos avisos inequívocos do que está para vir. Sílvia contra Sílvia, pela Sílvia. Sofro que nem uma cadela açaimada. Até ao dia do rastejo final. O dia em que podia escolher entre deixar passar o tempo, ou simplesmente clarificar posições. Sou Escorpião. Dizem que me dou bem a destruir para renascer. É assim mesmo. E que prefiro cometer suicídio a deixar que outros me esmaguem. Também foi assim. Mas dou tudo antes desse juízo final. Estendo-me ao comprido, dou parte fraca, dou parte forte, dou tudo, às claras, sem sombra para dúvidas. Só não vê quem não quer, quem não pode, quem não é suposto. Esgotadas todas as tentativas de mudar o mundo, eis que cedo.
E passo a rodar com o mundo.
O que é, é mesmo. O que não era para ser, não era para ser. Sem ressentimentos, e sem retorno.
Estou de volta a casa.
(pelo menos hoje, e com uma paz de espírito que há muito não sentia. Amanhã posso estar de rastos, mas ao menos, por hoje, estou de volta ao meu lugar seguro).
Com o tempo e a experiência, aprendi a dar ouvidos ao meu instinto. Mesmo quando me é mais fácil mudar o mundo à minha volta do que calar a minha percepção instintiva. O meu próprio corpo vira-se então contra mim. Fico nervosa, instável, saboto-me a mim mesma, como que, contra a convicção cega e racional que me impus a mim mesma, tentasse provar a razão e a importância do que sinto.
É geralmente um período de poucos dias, dois, três, uma semana de pequenos fogos, algumas explosões e muitos avisos inequívocos do que está para vir. Sílvia contra Sílvia, pela Sílvia. Sofro que nem uma cadela açaimada. Até ao dia do rastejo final. O dia em que podia escolher entre deixar passar o tempo, ou simplesmente clarificar posições. Sou Escorpião. Dizem que me dou bem a destruir para renascer. É assim mesmo. E que prefiro cometer suicídio a deixar que outros me esmaguem. Também foi assim. Mas dou tudo antes desse juízo final. Estendo-me ao comprido, dou parte fraca, dou parte forte, dou tudo, às claras, sem sombra para dúvidas. Só não vê quem não quer, quem não pode, quem não é suposto. Esgotadas todas as tentativas de mudar o mundo, eis que cedo.
E passo a rodar com o mundo.
O que é, é mesmo. O que não era para ser, não era para ser. Sem ressentimentos, e sem retorno.
Estou de volta a casa.
(pelo menos hoje, e com uma paz de espírito que há muito não sentia. Amanhã posso estar de rastos, mas ao menos, por hoje, estou de volta ao meu lugar seguro).
4 Comments:
Ol]a, Sininho. Gostava de saber a sua posi;'ao em rela;'ao ao referendo do aborto, se vota sim ou se n'ao.
Obrigado
Voto sim.
Mas não entro em discussões.
Voto sim.
Mas também não entro em discussões.
Eu tbm voto sim
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