É mais ou menos isto.

..."A sensação que eu tenho é que estava ao pé da linha do comboio a vê-los passar. Eu tinha sido atropelada por um, assim como a outra senhora que não sofreu um arranhão. Eu, como sou trapalhona, andei aos trambolhões debaixo do comboio (mas que bela imagem) e acabei toda partida, arranhada e dolorida. E eis que dou por mim, ao pé da linha, meia assustada, meia desinteressada de apanhar nova boleia, quando sou arrastada por um comboio que passa. A modos que sou arrastada pelo cangote. Mas o comboio não é o TGV do costume, é mais uma daquelas máquinas a vapor, à antiga, sólida, calma, pausada.
Pouca terra, muita terra, a viagem não é má, não senhor, nem estou de todo desconfortável. Mas não me estava nada a apetecer viajar, mudar de sítio, apanhar boleias fosse para onde fosse. Mas fui apanhada, a paisagem é bonita, o destino não deve ser o pior de todos, também não tenho grande força para me soltar, e não pago bilhete. Posso até gostar do sítio para onde me dirijo, quem sabe. É deixar-me ir. Entretanto, aprecio a viagem..."