terça-feira, junho 24, 2008

Eu fui.


Ontem fui ao S. João.
Pode parecer nada de insignificante e há já alguns anos que não me atraíam as multidões de martelos em punho, mas foi este ano, ir ao S. João, foi muito especial.
Especial porque, se não tivesse sido operada ao joelho, ontem não teria ido ao S. João. Porque ficaria cansada, porque teria medo de saltar, e dançar, e de andar muito.
Ontem, andei cinco horas a pé e cheguei ao final da noite com o joelho muito fraco e a perna a querer ceder. Mas é porque ainda não recuperei o tónus muscular, logo, ainda não estou a 100%, nem a 60%, sequer. Mas vou a caminho. E ontem foi um belo teste.
Comecei por ver largar dois balões de S. João que desafiaram a chuva e a gravidade, para deleite da criançada, e minha também, numa festa familiar em casa de um amigo com uma boa onda do tamanho do Porto. De nariz no ar e à chuva, fui comendo sardinhas que me chegaram para um ano inteiro. O vinho também aqueceu a alma. Depois servi de guia a outro amigo, de Aveiro, cuja amizade pretendo reforçar daqui para a frente. Fizémos o percurso ao contrário. Começámos em Massarelos, vimos o fogo de longe, dançámos e saltámos (eu com muito jeitinho) em Miragaia, e continuámos até às Fontaínhas, regressando depois à Boavista. A cada novo bailarico, eu perguntava-me se conseguiria chegar ao próximo, se o caminho implicava subir ou descer muito, ou tropeçar ou escorregar. E sim, implicava tudo isso. Mas ia indo. Estava de volta à minha cidade. Sem queixas, sem dores, sem medos e a esticar um pouco mais, fui descobrindo até onde conseguiria chegar. Acabei a subir a Escadaria dos Guindais. Para quem é de Lisboa... hmmm... imaginem ir do Martim Moniz até ao Castelo sempre a subir escadas, e talvez o dobro da distância. E cheguei lá, sem dificuldade maior no joelho do que nos pulmões.
Ao fim de quatro horas e meia a andar, percebi que tinha chegado o momento de ir para casa e adormecer com gelo no joelho. E assim fiz.
E hoje é feriado e sabe-me que nem ginjas. :)