quarta-feira, novembro 24, 2004

Central de Comunicação precisa-se!

Eu sou a favor de o Estado Português ter uma Central de Comunicação. Desde que não durante a vigência deste Governo.
Tenho a absoluta convicção de que a imagem do Estado Português beneficiaria absolutamente com a criação de uma máquina de comunicação capaz de produzir, organizar e divulgar aos cidadãos toda a informação que estes necessitam para usufruir de todos os seus direitos, conhecer os seus deveres, e interagir com os diversos organismos publicos da forma mais eficiente e bem informada. Basta visitar uma repartição pública, uma qualquer, na capital ou na província, um hospital, uma escola ou uma universidade para constatar que a Comunicação em todos estes locais é feita de forma pontual, amadora, expontânea e falível, dada a absoluta falta de linhas condutoras emanadas superiomente pelo respectivo ministério.
Quando a Comunicação é clara, o entedimento é pleno, e quando é assim a imagem institucional é percepcionada positivamente e a interação entre cidadão e o Estado é facilitada. Isso ainda não acontece neste País.
Idealmente, o Estado é uma pessoa de Bem composta por todas as instituições e organismos públicos cuja actividade se dedica exclusivamente ao serviço aos cidadãos ( a definição pode não ser perfeita, mas dá para entender onde quero chegar).
Idealmente, a informação e linha de Comunicação estabelecidas pelo Estado devem ser isentas, claras e idóneas, dirigidas aos cidadãos, com lisura e observação absoluta do Direito e constitucionalidade que regulam a sociedade portuguesa.
À Comunicação Social, o Quarto Poder, cabe o papel regulador, que sempre lhe coube,de questionar, investigar e denunciar situações de incumprimento, abusos e falhas do sistema. Da actividade isenta da Comunicação Social, cujo agente principal é o jornalista, obrigado e respeitador da ética e deontologia profissional, resulta uma importante contribuição para a correção dos eventuais desiquilibrios da acção Pública.
O Estado, enquanto Pessoa de Bem, necessita, respeita, incentiva e defende o papel regulador da Comunicação Social.
O Estado, enquanto Pessoa de Bem, ao criar uma Central de Comunicação, colocá-la-ia, como a todos os organismos públicos que o compõem, ao serviço dos cidadãos.
Mas, no contexto actual, o Estado, que é uma Pessoa de Bem, não é definitivamente, o Governo que gere os seus destinos.

Num momento de crise motivada pela ingerência desastrada do actual governo no livre funcionamento da Comunicação Social, este governo anuncia a intenção de criar uma Central de Comunicação do Estado. (Erro sobre erro, de facto precisam de alguém que saiba alguma coisa sobre Comunicação e marketing político! Arre!)
Perdoem-me se estiver errada, mas a imagem que projecta é de que, a ser criada mais este organismo públcio, seria exclusivamnete para servir os interesses das pessoas dos governantes e para dar emprego aos assessores que vem contratando e não a totalidade das instituições que compõem o estado e que servem os Portugueses.

O Sr. Presidente da República vetou a Central de Comunicação proposta pelo Governo, e ainda bem, mas deveria ter vetado a formação deste Governo que os Portugueses não elegeram. Porque os Amigos de Santana podem ser "bem" mas não demonstram ser Pessoas de Bem. Eleições para quando? Este país precisa de começar de novo.

Pronto. Andava há dias com este post entalado. Bem ou mal, é como vejo este triste Estado de coisas...Humpf!

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Concordo, discordo e concordo
Concordo com a presunção de o Estado ser uma pessoa de bem.
Discordo totalmente com a necessiade de o estado ter uma central de comunicação.
Concordo com o facto de este gorverno não ter a necessária e imperiosa legitimidade para estar onde está.
E agora por partes.

Concordo perfeitamente com uma Central de Comunicação (CC), desde que criada e vigiada pelo Presidente da República (PR). Por ser uma figura acima da guerrilha partidária, por nela estar cosumada a representação de todos os portugueses e porque penso que a figura de PR precisa de ser "enchida" de importância. E seria pela comunicação uma das formas de a "encher".

Discordo da CC como está entendida pelo Primeiro Ministro (PM). Porque vi a entrevista dele com a Judite de Sousa. Foi sufciciente para perceber que aquele homem tem dois pesos e duas medidas. Enquanto esteve como comentador nunca se lembrou em destacar a importância de o Governo se defender das intervenções dele. Agora que é governo quase exige a presença do Morais Sarmento em tudo o que seja comentário político em qualquer televisão e em qualquer jornal. Alguém que entende a comunicação apenas pelo lado do controlo não pode ser alguém plural, com a ideia da democracia plena. Por isso discordo.

Concordo com o facto de este Governo não ser o governo votado. Não pela figurinha patética do PM, mas mais pela tendência populista de não governação. A diferença entre este governo e o de Guterres está no peso e sexo dos assistentes. Os assistentes deste governo são tendencialmente femininos e no outro eram masculinos.

Golpe de Estado, digo eu, às vezes, na brincadeira.

quarta-feira, 24 novembro, 2004  
Blogger Margarida Atheling said...

Infelizmente, não podias ter mais razão!
Não sei como aquele Sampaio permitiu isto. Não percebo eu, nem percebe ninguém! Não existe uma justificação aceitável, e o ponto está aí!
Ainda não consigo olhar para o Sr. Lopes como PM! Não consigo!!!
Um homenzinho fútil, com problemas existências porque queria ser "bem" mas vem de uma familia humilde, criaturinha que se esconde da própria sombra, ambicioso sem brilhantismo, com os neurónios já muito afectados pelos muitos gins bebidos noites fora no Kremlin ou, últimamente, na Kapital... Ocupar um lugar destes sem ser eleito???!!! Pedante, burro, despota sem capacidade...!
Ai! Tinha de ser! Também tinha de desabafar!Já respiro melhor...
Obrigada Silvia por criares a oportunidade!

quinta-feira, 25 novembro, 2004  
Blogger S. said...

A Comunicação Social não é um poder? Em que mundo é que vives?

(Viva a liberdade de expressão....e o espaço nos blogs alheios também!)

terça-feira, 30 novembro, 2004  

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