domingo, janeiro 08, 2006

Acreditem nisto.

Não é nada de que eu não me tivesse apercebido antes, mas quem me lê, por vezes, não me lê. Quando muito, lê-se a si mesmo, lê aquilo que quer, projectando-se nos comentários. (Pronto, vá lá, nestas alturas, podem tratar-me por sra. Dra.) .
Eu sei que escrevo de forma algo encriptada, que raramente concretizo, que faço pensar e deixo sempre espaço para interpretações variadas. É um jogo que gosto de jogar e que já deu provas de que resulta.
Dar tudo aos leitores é um insulto à inteligência alheia e, francamente, torna a leitura tão interessante quanto ler uma bula de medicamento. Quem lê gosta de participar, de pintar o mundo que lhe é oferecido com as cores do seu clube, com as próprias aspirações românticas, perfumá-lo com as suas flores favoritas, achar que percebeu. Basicamente, dada a oportunidade e o espaço, o leitor gosta quando consegue tornar esse mundo (neste caso, esta versão do meu), um pouco seu também.
Fiquem à vontade.
No entanto, a bem (ou a mal) da curiosidade que o post anterior gerou, tenho a esclarecer de que o post anterior não é sobre amor. Pelo menos, não meu. Para quem insiste em romancear a coisa, agradeço a boa intenção, mas como o post refere repetidamente, não é mesmo nada por aí. Quando muito, é sobre o amor-próprio de alguém que insiste em concretizar uma aspiração, algo que, num Portugal deprimido e apático, é fenómeno raro.
O post anterior é sobre acreditar. Conseguem identificar-se com isso?