Post moderno.
"Joder tia, que moderna!, dizia o meu amigo com quem as novas tecnologias me permitem teclar enquanto derreto numa camionete chocolateira, daquelas mesmo antigas, com bancos que picam nas costas (a minha mae bem me disse que eu ia muito despida, mas pronto.)
Vou do Porto para Lisboa, e isto não vai nada bem.
O motorista é estagiário e nem consegue conduzir a camioneta dentro da cidade sem deixar o motor ir abaixo em cada semáforo. O homem também não soube encontrar o botão do ar condicionado na primeira meia hora de viagem, o tempo suficiente para a maior parte dos passageiros provar que é, de facto, feito de 75% de água. Eu inclusivé.
Um casal de backpackers loiros e muito nórdicos acha tudo muito pitoresco e até curte do conceito de sauna on the road.
Ao meu lado, a paixão justifica todos os sacrifícios. Um casal conversa alegremente, ele não se cala e ela, afónica e irritante, também não. Pergunto-me quanto tempo falta até dar o pio final. Já a criancinha do banco da frente não se coíbe de estalar num berreiro só, de tanto que é o desconforto. As janelas não abrem. Começo a alucinar e a imaginar-me na colónia de férias quando abríamos aquelas janelas do tecto à revelia das educadoras...
Estamos a derreter e dirigimo-nos para Sul. Isto vai de mal a melado.
Finalmente o supervisor do motorista estagiário veio verificar que os respiradouros do ar FORÇADO estavam devidamente apontados para os passageiros liquefeitos. Felizmente, ao meu lado, viaja um senhor brasileiro, pelos vistos, motorista de passageiros que lembrou ao funcionário da RENEX que como haveria um botão de ar forçado, também haveria um para o CONDICIONADO. Seguiu-se uma espécie de disputa de "Eu é que sei" e " O ar condicionado nunca funcionou a 100%", que felizmente resultou numa baforada de ar frio finalmente escorrer pelos ventiladores.
A esta altura do texto já começo a ter um bocadinho menos de comichão nas costas. A família de indianos que viaja na "cozinha"(termo nortenho que define os 5 lugares continuos na traseira do autocarro) também já leva os véus a arejar.
Já vamos melhor.
Tenho mais 3 horas e 27 minutos de bateria na maçã, e um bocadinho menos de estrada pela frente, espero.
PS. O ar condicionado não consegue disfarçar os quase 40° que vêm lá fora e os 36°x50 que se sentem cá dentro. Isto só meditando, mesmo. OOOMMMMM...
P.S.2 (enquanto esperava para ter rede e postar) o ar condicionado pifou definitivamente. O supervisor veio abrir a janelinha do tecto. O ar já mexe, mas não arrefece. E assim nos aproximamos da linha do Equador...
Vou do Porto para Lisboa, e isto não vai nada bem.
O motorista é estagiário e nem consegue conduzir a camioneta dentro da cidade sem deixar o motor ir abaixo em cada semáforo. O homem também não soube encontrar o botão do ar condicionado na primeira meia hora de viagem, o tempo suficiente para a maior parte dos passageiros provar que é, de facto, feito de 75% de água. Eu inclusivé.
Um casal de backpackers loiros e muito nórdicos acha tudo muito pitoresco e até curte do conceito de sauna on the road.
Ao meu lado, a paixão justifica todos os sacrifícios. Um casal conversa alegremente, ele não se cala e ela, afónica e irritante, também não. Pergunto-me quanto tempo falta até dar o pio final. Já a criancinha do banco da frente não se coíbe de estalar num berreiro só, de tanto que é o desconforto. As janelas não abrem. Começo a alucinar e a imaginar-me na colónia de férias quando abríamos aquelas janelas do tecto à revelia das educadoras...
Estamos a derreter e dirigimo-nos para Sul. Isto vai de mal a melado.
Finalmente o supervisor do motorista estagiário veio verificar que os respiradouros do ar FORÇADO estavam devidamente apontados para os passageiros liquefeitos. Felizmente, ao meu lado, viaja um senhor brasileiro, pelos vistos, motorista de passageiros que lembrou ao funcionário da RENEX que como haveria um botão de ar forçado, também haveria um para o CONDICIONADO. Seguiu-se uma espécie de disputa de "Eu é que sei" e " O ar condicionado nunca funcionou a 100%", que felizmente resultou numa baforada de ar frio finalmente escorrer pelos ventiladores.
A esta altura do texto já começo a ter um bocadinho menos de comichão nas costas. A família de indianos que viaja na "cozinha"(termo nortenho que define os 5 lugares continuos na traseira do autocarro) também já leva os véus a arejar.
Já vamos melhor.
Tenho mais 3 horas e 27 minutos de bateria na maçã, e um bocadinho menos de estrada pela frente, espero.
PS. O ar condicionado não consegue disfarçar os quase 40° que vêm lá fora e os 36°x50 que se sentem cá dentro. Isto só meditando, mesmo. OOOMMMMM...
P.S.2 (enquanto esperava para ter rede e postar) o ar condicionado pifou definitivamente. O supervisor veio abrir a janelinha do tecto. O ar já mexe, mas não arrefece. E assim nos aproximamos da linha do Equador...
8 Comments:
que relato surreal! mas que sul é esse onde rumas?...
boa viagem entao...
Lisboa. 4 horas mais tarde.
Baaaahhhh...
É por isso que gosto de comboios...
Gostei desse conceito de "cozinha", desconhecia que chamassem isso à "sala dos mal-comportados". :)
OOOMMMMM?
OOOMMMMM não leva um H?
Nãooom
Não será AUMMMMMMM?
Eu tava a falar em estrangeiro... ;P
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