E ao sétimo dia, ela descansou...mais um bocadinho.
Não me lembro de outra semana assim, tão introspectiva, tão indulgente, tão só para mim, com tantos altos e baixos, com tantas revelações e constatações, tantas recordações e epifanias, e com tantas bençãos e anjos terrenos e outros a ajudar.
A Mãe Terra devolveu-me com a pele purificada, mas a alma em carne viva. A Mãe Lua provocou-me o espírito o tempo todo. O Pai fogo nunca se apagou, e o Espírito do Vento tanto me deu alento como me levou o pensamento.
Meti-me em casa, na toca, escutei o meu corpo e a minha alfa, fiquei quietinha a ganhar estrutura outra vez. Sinto mesmo que foram como dias de recém-nascida, em que tudo é novo e tudo incomoda, tudo estimula, tudo alimenta e tudo desgasta. Dormi muito. Dormi tudo o que quis, adiei trabalhos para depois do 7º dia. Faltei a festas, compromissos e hábitos. Bebi muita água, e não precisei quase de comer. Só fiquei. E no ficar, a vida veio ter comigo. Cuidou-me, mimou-me, deu-me colo. Tive uma semana inteira em que não dei nada a ninguém, não perdi nada para ninguém, apenas me poupei e me acrescentei. Permiti-me, como jamais me havia permitido antes. Voltei a mim, sem ruídos, sem fretes, sem interrupções nem invasões. Sete dias sozinha, metida comigo mesma, e em nenhum dos dias me faltou um cuidado, um olhar de carinho, um abraço, um toque curativo, uma mensagem para aquecer o coração. Todos os dias, chorei, todos os dias me amei, todos os dias agradeci uma benção, todos os dias sorri.
Em sete dias, renasci.
Amanhã, volto ao mundo.
A todos os meus anjos (vocês sabem quem são), estou grata. :)
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