O processo.
Foda-se. É a primeira e mais reveladora palavra que tenho a dizer sobre "o processo". É também a melhor descrição e a mais completa. É fodido processar o processo, até porque não se processa. Vai-se processando, às vezes com a delicadeza de um comboio que nos passa por cima, outras vezes com a lentidão da CP quando uma vaca se atravessa na linha para toda a eternidade.
Todos os dias são diferentes. Todos os dias trazem um desafio novo, um pensamento recorrente e obrigam a uma estratégia de resolução. Todos os dias trazem também uma benção e uma surpresa. E é neste delicado (des)equilíbrio que vamos (vou) recuperando a (minha) paz.
A todos que estão a passar por um qualquer processo, foda-se para vocês. Mandem todos os "foda-ses" que vou aprouver mandar, gritem-nos, escrevam-nos, libertem a revolta, a dor, a indignação, o ego ferido, ou a pura admiração pela forma como o processo se processa e nos vai processando enquanto picadora de carne ou reorganizadora de moléculas, reinventando-nos até ao tutano.
Há que não ter medo do processo. Há também que ter mecanismos para lidar com ele: mimo, abraços, amigos a quem ligar, a coragem e o desprendimento de falar tudo o que sentimos mesmo com as pessoas erradas ou aquelas que não percebem um caralho do que estamos a dizer. Há que deixar sair, fluir, porque havemos sempre de ir dar a algum lugar. E só aqueles que nos souberam escutar nas entrelinhas, ou entre soluços, lágimas e ranho, é que estarão lá na meta para nos ver chegar, transformados. E serão só esses que vamos querer que estejam. E quando lá chegarmos, teremos de nos lembrar que o resto do mundo está em processo, e que muitos dos nossos amigos também estarão, e que vão apreciar que vocês lá estejam para atender o telefone, dar um abraço beeeeeeeeemmmmm demorado, ou patrocinar e aguentar a vossa bebedeira. Temos de ser uns para os outros.
Hoje coses-me tu as asas. Amanhã, coso-tas eu. Com a prática da coisa até já podemos até fazer uns bordados, e deixar umas cicatrizes cada vez mais lindas.
O processo é fodido, mas há-que o respeitar, assumir e mergulhar fundo.
Peçam ajuda. Hão-de de receber muitos nãos, hão-de ver gente a bazar como se fugisse da cruz. Mas quem ficar é quem tinha de ficar e apenas porque está equipado para vos ajudar. E depois, ajudem o próximo. Quem sabe — ou quase de certeza — que só passaram por esse processo fodido para crescerem, ganharem consciência da vossa própria força, das fraquezas também (e não há mau nem bom nisso), e, um dia, poderem ajudar, mais à frente, alguém que passará pelo mesmo ou semelhante. Estamos todos no caminho de nos tornarmos anjos (entendam como conseguirem).
Eu acredito nisso.
Todos os dias são diferentes. Todos os dias trazem um desafio novo, um pensamento recorrente e obrigam a uma estratégia de resolução. Todos os dias trazem também uma benção e uma surpresa. E é neste delicado (des)equilíbrio que vamos (vou) recuperando a (minha) paz.
A todos que estão a passar por um qualquer processo, foda-se para vocês. Mandem todos os "foda-ses" que vou aprouver mandar, gritem-nos, escrevam-nos, libertem a revolta, a dor, a indignação, o ego ferido, ou a pura admiração pela forma como o processo se processa e nos vai processando enquanto picadora de carne ou reorganizadora de moléculas, reinventando-nos até ao tutano.
Há que não ter medo do processo. Há também que ter mecanismos para lidar com ele: mimo, abraços, amigos a quem ligar, a coragem e o desprendimento de falar tudo o que sentimos mesmo com as pessoas erradas ou aquelas que não percebem um caralho do que estamos a dizer. Há que deixar sair, fluir, porque havemos sempre de ir dar a algum lugar. E só aqueles que nos souberam escutar nas entrelinhas, ou entre soluços, lágimas e ranho, é que estarão lá na meta para nos ver chegar, transformados. E serão só esses que vamos querer que estejam. E quando lá chegarmos, teremos de nos lembrar que o resto do mundo está em processo, e que muitos dos nossos amigos também estarão, e que vão apreciar que vocês lá estejam para atender o telefone, dar um abraço beeeeeeeeemmmmm demorado, ou patrocinar e aguentar a vossa bebedeira. Temos de ser uns para os outros.
Hoje coses-me tu as asas. Amanhã, coso-tas eu. Com a prática da coisa até já podemos até fazer uns bordados, e deixar umas cicatrizes cada vez mais lindas.
O processo é fodido, mas há-que o respeitar, assumir e mergulhar fundo.
Peçam ajuda. Hão-de de receber muitos nãos, hão-de ver gente a bazar como se fugisse da cruz. Mas quem ficar é quem tinha de ficar e apenas porque está equipado para vos ajudar. E depois, ajudem o próximo. Quem sabe — ou quase de certeza — que só passaram por esse processo fodido para crescerem, ganharem consciência da vossa própria força, das fraquezas também (e não há mau nem bom nisso), e, um dia, poderem ajudar, mais à frente, alguém que passará pelo mesmo ou semelhante. Estamos todos no caminho de nos tornarmos anjos (entendam como conseguirem).
Eu acredito nisso.
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