segunda-feira, julho 12, 2004

Eu não queria...

...falar de política, mas como a maioria dos portugueses estou revoltada. Depois de tanta exultação do espírito nacional, somos furtados do direito a escolher quem nos governa.
Também eu, apesar da magra compreensão política que me assiste, investi algum tempo a considerar o que seria melhor: realizar novas eleições e escolher novo governo, ou manter o actual governo e poupar o país aos 5 a 6 meses de carência governativa que a mudança do executivo sempre obriga. Por mais voltas que desse à cabeça, a solução melhor era sempre que sr. Durão Baboso tivesse sabido honrar o compromisso com os Portugueses que o elegeram e que não tivesse trocado Portugal pelo sucesso da própria carreira política. Mas o que está feito está feito, e venha o mal menor. O mal menor para a estabilidade seria manter o governo em funções, sucedendo ao primeiro ministro a segunda figura do executivo até que, em tempo conveniente, se pudessem convocar eleições. Mas sem mudar pastas entretanto. Quem lá está tem projectos em mão, compromissos a decorrer e, se Portugal necessita de estabilidade, há concerteza projectos que necessitam de chegar à concretização. Pois de cada vez que muda um ministro, mudam todas as equipas de gestão nos organismos dependentes do respectivo ministério, todos os projectos param, são cancelados ou refeitos e e relançados sob nova designação. As decisões adiam-se, há gente que se demite, gente que é afastada, gente nova. Os tais meses de carência governativa instalam-se. Sei do que falo. Trabalhei 18 meses numa instituição pública e passei por 2 governos e quatro Conselhos de Administração. Foi obra...ou a impossibilidade de a realizar.
Assim como estamos, é triste. Apetece-me apelar à desobediência civil. Apetece-me virar as costas, mais do que já fazia, a tudo o que for política. Só o sentimento Português recém-adquirido me impede de o fazer.
E agora que o novo rei de Portugal se encontra lindamente a formar a nova corte, com novos ministros, gente do mais bem que há, todos os amigos e consortes, Portugal terá um governo o mais elegantérrimo possível, de design italiano, e muito fashion. Felizmente, toda a moda passa.

5 Comments:

Blogger Magnolia said...

E tanto que criticaram os Jobs for the Boys enquanto estavam na oposição.
Agora é que vai ser bonito. A única diferença vão ser os Jobs for the Girls!
Entretanto pode ser que encontre o nosso novo Rei a governar no Lux e também lhe peça um emprego... pinto o cabelo de loiro, faço o sotaque de tia, arranjo um sobrenome sonante, a mini-saia está na moda... não deve ser difícil.
Não é para andarmos todos preocupados? É isto a estabilidade?
Fazes o favor de passar a deixar um espacinho no final dos posts para eu assinar, ok?

segunda-feira, 12 julho, 2004  
Blogger Rui Manuel Amaral said...

Nem mais, Sílvia.

segunda-feira, 12 julho, 2004  
Blogger dfrodrig said...

Preocupemo-nos com o que interessa.

Com o Amor, a chuva, o tempo triste e nostálgico. Com a amargura dos 30 :) Com os sorrisos cansados, com os projectos não terminados.

Daqui a dois anos temos de votar. Até lá, as nossas preocupações devem ser as do dia-a-dia. É isso a Democracia, o último reduto no qual eles não podem decidir. No máximo, os golpes de cintura, as artimanhas para chegar ao poder dão 5 anos de moda. Depois vem outra. Nós continuaremos no pronto a vestir, e a ser felizes.

Alguma vez o poder fez alguém feliz?

Um beijinho grande e obrigado pelo teu mail. Quando tiver tempo e algo de jeito para dizer respondo.

segunda-feira, 12 julho, 2004  
Blogger S. said...

Amargura dos 30??
Sorrisos cansados? Projectos quê?
Nada disso. A sabedoria dos 30 e os sorrisos sinceros e confiantes. E novos e mais bem fundamentados projectos.
O resto não interessa.

segunda-feira, 12 julho, 2004  
Blogger dfrodrig said...

Seja!

O importante mesmo é que o resto não interessa...

terça-feira, 13 julho, 2004  

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