segunda-feira, agosto 16, 2004

(...silêncio...)

É quando não tenho mais nada a dizer que sei que as coisas vão mesmo mal. É quando desisto de achar que posso mudar o mundo, as pessoas, ou sequer confiar nelas para que façam o que é correcto, que sei que acabou tudo. Acabou o meu interesse, a minha força, a minha transigência, a minha dedicação. Já não encontro soluções dentro de mim, não ouço argumentos na alma que me façam continuar. Já não reúno energia para mexer um músculo. Acabou tudo, só ficou o silêncio. Acabou minha energia, renovável só até um certo ponto. Depois disso...não sei.
Vou-me embora. Não me incomodo mais.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Vivo em estado de emergência amarelo. Já lá vai um ano.
Pareço um bombista que pode explodir a qualquer momento.
Sem resgates, nem ameaças. Vai tudo à frente.

Infelizmente, o meu "silêncio" e a rotina não me deixam.

P.

segunda-feira, 16 agosto, 2004  
Blogger Kacto said...

Nem eu no meio do deserto encontro o verdadeiro silêncio.
E tu sabes no fundo que quando pensas que encontraste o silêncio ouves o bater do teu coração. Por isso enquanto não encontrares esse silêncio haverá sempre uma energia para mexer esse músculo.
As coisas nunca vão mesmo mal, quando pensares que as coisas vão mal pensa um bocadinho. Elas ainda podem piorar.
Ao abrir aquela carta que te dizia que tinhas apenas duas semanas de vida todos os problemas te parecem coisitas insignificantes. Enquanto há vida há esperança, com ou sem saúde!
Não tentes mudar nem o mundo nem ninguém, para essa tarefa não existe energia no universo. Aceita-o como é e tenta apenas moldá-lo para ser mais suave.


   in O Kacto - Conhecedor da dor da solidão.

segunda-feira, 16 agosto, 2004  
Blogger S. said...

Ou afasto-me.
A energia é algo que circula no universo. Todos nós passamos o energia aos outros quando os valorizamos, os escutamos, lhes sorrimos, os abraçamos, os amamos ou simplesmente compreendemos. Quando a recíproca é verdadeira, a energia flui e aumenta. É quando tudo está bem.
Infelizmente, há quem só sugue a energia que vem dos outros, e os seque, nunca devolvendo um carinho, um gesto de consideração, uma atenção. É aí que está tudo mal.
Há que saber reconhecer quando estamos na presença de alguém que usurpa a nossa energia e nos deixa exauridos. Aí, apesar de faltarem as forças, é preciso arranjar energia para ir embora, e desistir de achar que um dia, um dia qualquer, por muito longínquo que seja, essa pessoa vá ser capaz de devolver alguma da energia que recebeu. Porque não vai.
As pessoas não mudam. Mas todos podemos mudar de pessoas.

segunda-feira, 16 agosto, 2004  

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