segunda-feira, março 31, 2008

Eu não chego para mim própria.

duas propostas de emprego
dois namorados
dois melhores amigos
dois telemóveis
dois números
duas cidades
duas cadelas
duas dívidas
duas camas
dois grupos de capoeira (...três)

...só uma de mim.

segunda-feira, março 03, 2008

O ovo estrelado do cu da galinha.


Só acredito quando já estiver de volta.

Se me perguntarem...

... a resposta é: Não sei.

Primavera lentinha, mesmo muito lentinha.

Vínhamos no carro, depois de um fim de semana de absoluta correcção platónica, e já tinhamos mesmo entrado em Lisboa quando a conversa subitamente se virou para "nós". Ainda assim não dissemos nada que se aproveitasse, de tão...não sei, reservados?... que nos comportamos quando o assunto é mais do que a afinidade que temos um com outro. Porque temos algo mais. Temos admiração, temos uma checklist que insiste em ficar completa de cada vez que cada um toma uma atitude que descansa o outro, que não o incomoda, que não o remete para uma posição defensiva, de cada vez que se abre mais espaço comum e mais espaço para respirar.
Fomos passar um fim de semana à terra dele. Com os pais dele.
Dizia ele que eu iria dormir com ele numa camita em que ele geralmente dorme com o irmão quando vão de visita. Mas eu não podia e eu não queria. Não podia porque, se sou apresentada como amiga, não vou dormir na cama dele logo da primeira vez que a mãe me conhece. E não queria porque me parece cedo. E continua a parecer-me cedo. Porque sinto que temos todo o tempo do mundo e porque as *fadinhas* trabalham vagarosa mas muito minuciosamente, e há-que lhes dar tempo.
Entretanto, ficamos simplesmente ao sol, no alto de uma escarpa em Castelo do Bode, a ouvir os passarinhos e os sopros suaves nas velas dos barcos, e a contar coisas da vida, coisas que nos definem, coisas que não contamos a toda a gente, coisas como a querer dizer, 'olha eu sou assim, estes são os meus pontos fracos, estas são as cartas que me foram dadas, eu vivo com isto e quero que saibas disso caso...caso.'
E não terminamos as frases e não dizemos o que gostaríamos de dizer e não nos tocamos, e ficamos mesmo desajeitados e atados e, quando nos despedimos, abraçamo-nos, mas os olhos pedem algo diferente que a mente não pensa e o corpo não faz.
E depois o fim de semana não acaba, porque custa a adormecer.

Blog de andar por casa.

Enquanto este blog andar por casa, sem direito a visitas, vai permitir-se a liberdade de andar despenteado. Com isto, quero dizer: posts por editar e mesmo nenhumas imagens para carregar.