quarta-feira, maio 31, 2006

O meu Porto por um canudo.

Um telescópio.
(para ver à distância de mais 20 dias...)

JÁ!?

- Que horas são?
- Quarta.

terça-feira, maio 30, 2006

Olá!

- Como vai ser o teu dia hoje?
- Cheio, "a desbordar por fora."

La phenetra.


Lembram-se daqueles posts sobre fechar portas, abrir janelas, deitar paredes abaixo e coiso e tal? Pois eu abri uma porta e, ao fazê-lo, tapei uma janela. A corrente de ar fez com que as outras janelas fossem batendo, fechando-se uma a uma. Enquanto isso, eu passei a concentrar-me naquela única porta para ir, vir, e deixar entrar a luz.
Mas não entrou luz que chegasse e a casa ficou triste. Agora, voltei a encostar a porta e abri as janelas todas em volta, abri a porta dos fundos, a clarabóia, o alçapão e voltei a activar o tecto de abrir.
Tá calor e eu quero fresco. Quero luz e quero de volta todos aqueles que nem precisam tocar à campaínha.

(Já me tinha esquecido do tanto e dos tantos que fazem da minha vida em Lisboa um oceano de possibilidades e novidades. Não aproveito nem metade...)

Derretidaaa....

Tenho calor. Estou encharcada, melada, coradita como um bebé. O mac aquece-me o regaço e faz-me transpirar ainda mais. A ventoinha só muda o ar quente de sítio. Há uma semana que durmo com a janela aberta, o que, sem cortinas, me inunda o quarto de sol logo às sete da manhã. E eu gosto. Gosto deste clima, gosto daqui. O calor maça, mas alegra, amolece, mas aconchega.
Gosto das noites quentes e do fresco da manhã. Gosto de andar de saias e sempre, sempre de chinelas. ;)

domingo, maio 28, 2006

Domingo de manhããããã!!!! :D

48 horas e nem mais um minuto.

Desde as primeiras paixonetas da adolescência que é assim. Quando não corre bem, dedico um fim-de-semana ao mais profundo anhanço, auto-comiseração e ressabiamento alimentado a gelados e junk food. Depois enjoo, farto-me, perco a paciência esta coisada da pseudo-depressão, e reajo.
Comecei sexta. Agora já é domingo e eu já me resolvi.
Está tudo bem.
:)

Conversa de gajas #2

"... é verdade, uma boa pila fideliza qualquer mulher."

(carago, vou ter de esconder este post!)

Eu breca.

A razão por que gostam tanto do meu blog é que, mesmo quando estou fodida, eu sou boa nesta merda!

(I) don't bitch.

sábado, maio 27, 2006

Post libertadoramente escatológico.

..."vou postar" soa-me a "vou cagar"... e olha que n há nada mais libertador do que uma boa cagada...."

SSF- Detox now! in conversa de msn.

Vício.

O amor é uma coisa estranha. Especialmente quando é fantasma. Quando não existe e nós sabemos que não existe. É assim como um membro-fantasma que continua agarrado ao corpo, apesar de não estar lá nada. O cérebro ainda conta com ele, dói e até faz comichão. Ocupa espaço e até levas com ele na tromba de cada vez que o pensamento apanha um tempinho livre...
Faz falta, mas incomoda, o que não faz mesmo nada falta. E, depois, quanto mais falta, mais presente está.
Eu devia fazer as coisas de outra maneira.
Mas não consigo ser totalmente isenta de vícios.

26ºC às 3 da manhã.

Passei a noite ao relento.
Quente, muito quente a noite, tão quente que só apetecia andar ao fresco.
A noite começou cedo e começou calada, contemplativa, a sentir a falta de algo que não preciso. Estava bem sozinha, ainda que muito bem acompanhada pelas ruas castiças de uma Alfama desconhecida que bem podia ser um bairro típico de qualquer outra cidade, num qualquer outro país durante uma viagem qualquer.
Fomos dar a um bar simpático onde o sr. Paulo Renato nos introduziu nas artes de degustação da boa sande de torresmo (ainda que não do consumo), a sua história, linhagem e estudos comparativos entre o torresmo prensado de Lisboa (leia-se Portugal) e o do solto do Alentejo (fora de Portugal). Também nos passou a receita do caldinho que cura ressacas, especialmente útil quando se constata que fico "tocada" com uma Decider... (é sidra e mais nada, mesmo mais nada).
Passeei depois até ao Bairro Alto onde encontrei gente interessante e me perdi a apreciar a fauna e a sangria.

Gosto muito de Lisboa. Sinto-me bem em Lisboa.
Acho que estou apaixonada por Lisboa.
Porque sim e porque as paixões não se explicam.
Uma bela noite...!

sexta-feira, maio 26, 2006

Hoje: Vento na cueca.


E já avisaram que vai estar ventania. Num dia quente como este, é mais uma razão para começar a noite lá. A partir das dez.

O post por que todos esperavam.

Então vá. (Começo mesmo bem)
Hoje à noite, assim a virar para amanhã às primeiras horas, vou beber um copito ao Bairro até porque a Carina (é uma das minhas flatmates) faz anos. Não sei a que horas, nem sei onde exactamente. Mas o plano é postar aqui qq coisa à hora de sair e ós despois VOCÊS TENTAM ENCONTRAR-ME.
Quem me conhece, conhece-me. Quem não conhece, tenta conhecer. Eh?
Mas não vão muito tarde. Amanhã, tenho de levantar cedo... ;)

Dois parabéns mais um!


Dois para mim e um (bem maior e vezes vinte e seis) para a Carina.
Porque a Carina faz anos hoje, e porque eu lá me lembrei de criar um bloguito faz hoje dois anos. Nessa altura estava eu anhar na... não interessa onde. Um ano depois continuava a anhar na mesma... agora interessa ainda menos. Outro ano volvido e já não estou mesmo nada a anhar. Vim para Lisboa e estou a curtir um dos melhores anos da minha vida. É tudo bom.
O blog vai-me acompanhando. Quem me lê, também. :) É giro.
É giro porque posso dar ao dígito até que os dedos me doam (e o pulso também), e porque posso ler para trás, e porque recebo montes de elogios pela escrita (e pela falta de assunto também... é verdade! Vou dizer que não?), e porque conheço boas pessoas, algumas das quais já se tornaram amigos do coração (não é, baby?), e porque dou notícias a quem está longe e porque chateio algumas consciências, e porque dou porrada nos anónimos paternalistas, e porque e porque e porque...

São 3:27 da manhã. Porque já não escrevo nada que se aproveite, vou-me deitar. Nas próximas 7 horas não prometo grande actividade (pena...). A casa em frente (aquela que ardeu duas vezes) já foi demolida e os agarrados mudaram-se. A última meia dúzia de mitras foi presa há umas noites atrás. Isto agora é uma paz. Só os pássaros conseguem manter-me acordada... ou nãããããzzzzzzzzzzzzzzzz

quarta-feira, maio 24, 2006

(never) Too busy.


Daqui a dois dias...um, o SSF faz dois anos. Dia 26. Mas eu ando com tão pouco tempo... Como sugerem que celebre?
Que posso eu fazer pelos meus devotos e indispensáveis leitores?
Façam um desejo. Pode ser que vo-lo realize.

terça-feira, maio 23, 2006

Tive uma ideia.

Foi uma grande ideia, uma ideia revolucionária, mesmo uma daquelas que mudaria o mundo. Tentei partilhá-la, mas não me deixaram.
Halas.
Era uma ideia de merda. Não era, mas pronto.

Recrutada.


A recruta começa em casa, já dizia um certo comandante. Ou não dizia, porque acabei de o inventar. É só para dizer que fui aliciada, recrutada e finalmente integrada nas fileiras de um pelotão de mulheres que se preparam a ferro e fogo para levar a cabo o Alkantara Festival. Esperam-me três semanas de trabalho sine horários, soluções de cuspo e fita cola, noites mal dormidas e dias movidos a adrenalina. Vai ser giro, espero. Não faço ideia do que esperam de mim. Eu só espero que consiga ajudar, aprender alguma coisinha, juntar mais uns créditos ao CV e não só.
Pode ser que o blog sofra um bocado. Apareçam.
Ou não. :)

domingo, maio 21, 2006

Boa estratégia.

Há dias em que concluo que, a minha sorte, sou eu quem a faz. E pela amostra junta, tenho feito algumas coisas acertadas, a principal das quais, bons amigos.
Ter amigos é muito bom. Poder ser absolutamente sincera e franca com eles é extraordinário. E o resultado observado é que venho reunindo sempre grandes pessoas e todas absolutamente interessantes.
Com as pessoas que mal conheço, aplico a mesma dose de sinceridade, o que me rende novos amigos ou afasta logo quem não interessa.
:)

Read the signs.

Lisboa é muito grande e fica ainda maior quando tenho pouca gasolina. Por isso, preciso de andar mais devagar, também para evitar perder-me.


(momentos antes...)
- "Não venhas muito devagar", disse-me ele preocupado consigo mesmo.
- "Claro que não. Prometo espetar-me na primeira curva desconhecida", respondi-lhe para contribuir para o alívio dele.
Chegámos à ponte, e o meu guia foi pela Via Verde. Saí da ponte e perdi-me.

Amigos, amigos, copos à parte.

E eu tudo bem.
(aqui a palavra "amigo" era mesmo só para montar a chalaça.)

quinta-feira, maio 18, 2006

Desobediente incurável.

Reminder.

Eu mereço mais!!
(Ainda que consiga fazer uma festa com o pouco que me atiram.)

A vertigem da tentação.

Às vezes, só mesmo a musiquinha certa é que nos safa. Um ou dois números de telefone de emergência, um ouvido atento do outro lado, alguém que oferece um raciocínio frio e distante, e coberto de razões que não queremos escutar.
Às vezes queremos coisas que já não se usam, às vezes queremos fruta fora de época. Às vezes, damos por nós a ser vítimas daquilo que já fizémos a outros, e sabemos exactamente o que vai acontecer. E nem censuramos, nem criticamos, nem sequer nos revoltamos. Simplesmente sabemos que é assim, que aquele é um processo natural e que seguirá o seu curso, qual betoneira que nos vai passar por cima, caso escolhamos não nos afastar.
É como ir ao cinema ver um filme no qual não se tem interesse, apesar de a surpresa ser possível. É como saber que se tem um jogo fraco e ainda assim aceitar competir. É entrar manco na corrida. É atirar pérolas a porcos. É não fazer nada daquilo que realmente se deseja. É contentar-se com pouco. É ir sempre a jogo porque agora se faz assim e se lixe a verdade dos sentimentos.

Tenho uma intuição que mete nojo.
Dantes ignorava-a, e de cada vez que a ignorava, arrependia-me amargamente. Agora já começo a atentar nesta tremenda visão.
Onde é que se desliga? But, would I?

quarta-feira, maio 17, 2006

Enxurrada de Primavera...


Pois é, nunca digam "Desta água não beberei". Riam-se à vontade naquelas conversas de café, teorizem sobre coisas que já se esqueceram como se faziam e daquilo que sentiam, se é que alguma vez souberam alguma coisa daquilo sobre o que se pronunciavam. Riam-se mais ainda, mandem bocas, especulem como certas coisas seriam possíveis, falem, falem, falem.
Já falaram tudo? Agora engulam cada palavrinha. Vá... Uma após a outra, gargalhada atrás de gargalhada, esgar de escárnio após boquinha piadética. Engulam tudo.
Agora também escorrega tudo muito melhor, não é?
Quem diria...?
(anda tudo aos pulos!)
;)

Pecado.


Tentação... A nova maçã é maior e melhor que a minha... raios!!
Adoro, amo, desejooooo!!!
Quero este. Vendo o meu.

terça-feira, maio 16, 2006

O amor é lindo.

a-hã...

Foi do arroz de caril.

Wait for it...

Há que saber esperar, há que saber reconhecer quando chega o momento para mudar e para deixar estar. Há que saber quando é primordial não mudar os planos antes de tempo.
Passei dois dias fora a arejar pela imensidão deste nosso pequeno Portugal. Deviam ter sido três, mas as circunstâncias levaram-me a adiar a partida (ok, houve contrapartidas favoráveis). Enquanto lá estive, andei sempre ao sabor dos acontecimentos, coleccionando apenas boas experiências, fluindo de momento para momento. A dada altura, colocou-se a possibilidade de voltar mais cedo. Porque seria confortável, porque havia contrapartidas favoráveis.
Equacionei abreviar a estadia e regressar mais cedo. Mas depois, equacionei novamente (matemática não é o meu forte, mas o instinto até vai sendo), e concluí que as contrapartidas favoráveis se manteriam favoráveis, independentemente da hora do meu regresso, pelo que me forcei a ficar e a manter os planos até quando me apetecesse. Foi o que fiz melhor.
Mantive a minha independência face a pressões alheias e autocomodismos medrosos. Gostei de estar fora, gostei de estar longe, gostei de não ter gorado nenhuma das minhas expectativas por um segundo/centímetro/átomo que fosse. Reforcei a noção que já tinha do quão é importante escutarmo-nos a nós mesmos tanto ou mais do que escutamos os outros. Ninguém sabe melhor do nosso interesse e bem estar que nós mesmos. Sem ansiedades e contrariedades voltei quando quis, e voltei absolutamente satisfeita.
Estou com a sensação de que estive de férias, umas longas e retemperadoras férias.
Só regressei quando senti que era o momento ideal. Nem mais cedo, nem mais tarde. Voltei entre o entardecer e o pôr-do-sol, bem a tempo e a jeito de apreciar a belíssima paisagem que, em outras viagens, sempre se me apresentou escura como a noite... porque era. De noite. Das outras vezes. E desta vez, não. Foi perfeito.


Agora começam a dar-me as comichões. As do escaldão parvo que apanhei e as comichões para começar a bulir seriamente com a minha vida. Basta de laréu.

sábado, maio 13, 2006

(Away)

Fomos todos para fora.
Uns para Norte, outros para Sul. Fomos uns com os outros, outros sózinhos e consigo mesmos, mas não ficou ninguém em terra.
Estamos todos para fora, até segunda feira.
Inté.

sexta-feira, maio 12, 2006

S.

Serenita. Sorridente. Sossegadita. Suspensa. Surpreendida. Silenciosa.
Shhh.... Sim.

quinta-feira, maio 11, 2006

Um acordar doloroso.


Ai! Ui! Ai-ai-ai-ai aiii! Ui-ui-ui-ui...Aaaauu!
E isto é tudo antes de tentar descer as escadas do prédio. Ai...

Silvinha Carrapeta, pronto.

Devia dormir, mas não consigo. Tenho aulas amanhã- hoje - e a formadora já nos implorou que chegássemos a horas...
Mas eu estou aqui, assim, com o sangue a fervilhar e uma bolha em cada dedão do pé, ambas a arder um bocadinho, e sem soninho nenhum.
Tive grande treino de capoeira, com muito, muito, muito jogo. Joguei muito e muitas vezes. Joguei solto, que é coisa que raramente consigo fazer no Porto. Até martelo pulado, armada e parafuso fiz, caraças. Quem me conhece, sabe que mal saio do chão. Também levei duas rasteiras muitíssimo bem metidas, uma das quais me custou algumas dores no pulso já débil, mas isso não interessa nada, tal como também não interessam as nódoas negras nas pernas. Interessa que adorei, que cada treino é uma festa, e que, porra, finalmente voltei a treinar.
Mestre Bandeira, Felipe, Mestre Pinóquio, vocês ensinaram-me melhor do que imaginam. ;)

quarta-feira, maio 10, 2006

Tempo útil.


Não estou a trabalhar.
Estou a trabalhar-me.

De barco.

Deliro com a sensação do embalo do navio.
Volto ao berço. É a mais adorável das tonturas.

Haikus

O dia está quente e o céu azul.
Há uma nuvem de smog sobre Lisboa.
Eu estou deste lado.

Cacilhas.


Tal como o Porto, Lisboa é mais bonita vista do outro lado do rio. Deste lado, onde só se escuta o silêncio, onde o vento toma o lugar dos motores, e o ronronar da ponte serve de fundo ao canto dos pássaros.
Por momentos, sinto que estou de volta à Afurada, mas esta é mais calma, mais abandonada, e muito mais propícia a serenar-me o espírito e a fazer fluir os pensamentos. Aqui consigo ouvir-me pensar.
Só já não penso grande coisa.

terça-feira, maio 09, 2006

Não é brise, mas é fresco.

A primeira coisa que me encantou no caminho para cá foi o cheiro. O cheiro do rio, da água do rio. Aquele fresco estranho. Lembra-me o Guadiana, as alforrecas entre Vila Real de Santo António e Ayamonte. Lembra-me coisas boas.
Adoro cacilheiros.
Adoro o rio.
Adoro poder adorar tudo isto.

segunda-feira, maio 08, 2006

Don't Nuke Iran.


Hello,I'm Donna Mattfield, a peace and disarmament campaigner with Greenpeace International in Amsterdam. I'm writing to you to ask for your help in creating a pre-emptive peace strike. You may have read in the news recently about revelations that the United States is considering plans for a nuclear strike on Iran. I know I'm not alone in thinking this is an insane way to tell a country that it's wrong to develop nuclear weapons. And where would these weapons come from? The type of weapons the US are including in their plans could be among those stored in Belgium, Germany, Italy, the Netherlands, Turkey and the UK.

Join me in asking for a simple assurance from the NATO countries which host American nuclear weapons that they'll not endorse or cooperate with a pre-emptive nuclear strike on Iran.

When I first heard that the US still maintains 480 nuclear weapons in NATO bases in Europe I was shocked. I find it hard to comprehend that in 2006, 16 years after the cold war ended, those of us who live here are still sitting on such a dangerous legacy. The Bush Administration can't treat Europe as a convenient parking lot for its destructive missiles. The situation in Iran brings home a very scary fact: the Bush administration could implicate independent European nations in a war that shuns diplomatic solutions and invites retaliation, with or without the consent of the countries that host those nuclear weapons. It doesn't have to be like this. Join our campaign to eliminate the threat altogether by calling for the US to take back and dismantle its nuclear weapons from Europe and Turkey altogether, and to begin the work of creating a nuclear free zone in the Middle East. The choice is simple: a world in which everybody is threatened by nuclear weapons, or nobody is.

I know which world I want to live in. Thank you for your support,
Donna

domingo, maio 07, 2006

É pau, é pedra...


É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho

É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol

É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira

É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o misterio profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira

É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira

É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho

É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto

É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando

É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projecto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama

É um passo, é uma ponte, é uma sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho

É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
Um resto de toco, é um pouco sozinho

É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.


Águas de Março, Tom Jobim.

Tem dias.

SSF = Silvia Short Fuse.

sábado, maio 06, 2006

Vou de camioneta, pronto. :/

sexta-feira, maio 05, 2006

Mais daqui.

Pois é. Cada vez gosto mais disto. Porque estou bem, vivo bem. Estudo, aprendo muito, faço uns freelas levezinhos, não ando mesmo nada escravizada e muito menos anestesiada pelo peso das obrigações. Sou uma privilegiada e estou a aproveitar ao máximo.
Passo imenso tempo comigo mesma, a conhecer-me, a aperceber-me daquilo que quero fazer e daquilo que não quero. Dito isto, é quase difícil estar sózinha. Moro com duas malucas impecáveis, a casa está super agradável (é-me difícil escrever este post porque elas estão a falar comigo), e as amizades, dentro e fora da casa, fortalecem-se.
Há sempre coisas para fazer, mesmo quando não há planos de nada. Há sempre alguém que liga, alguém que menciona alguma coisa, algum sítio para ir, uma exposição para ver, um ciclo de cinema, uma performance de dança ou um concerto. E tudo isto custa muito pouco dinheiro. Esta vida mosaico preenche mesmo a minha fome de itinerância.
Gosto mesmo muito da vida que tenho agora em Lisboa, mesmo que viva aqui no infame Martim Moniz, mesmo que haja drogados a injectarem-se na janela em frente à minha, mesmo que caminhe quase sempre pelo meio da estrada porque os passeios estão pejados de caca de cão. Na verdade, morar aqui na fronteira entre o castiço e o destituído, entre o estranho e o estrangeiro, é fascinante. É sempre diferente.
Vivo de coração aberto e todos os dias ele se preenche de algo novo. Às vezes é positivo, outras vezes custa, arde, chateia, mas depois fica tudo bem, melhor até.
Quando me afasto de Lisboa, sinto falta das pessoas daqui, sendo que conheço poucas pessoas que são mesmo de Lisboa. São de Coimbra, Marinha Grande, Évora, Algarve, Minho, Alemanha. Daí, talvez a comunhão de experiências. Ninguém é de cá, mas toda a gente cá vive, cá se arranja, cá se liberta da caixinha onde nasceu. E se re-inventa. A minha mãe sempre me disse que, se eu não existisse, teria de ser inventada. Que tal re-inventada, mamã?

quarta-feira, maio 03, 2006

A festa do Nuno - 6 de Maio, 16h00.


Sábado, Dia 6 de Maio 2006 - 16 Horas no C.P.C.D. - Clube Povoense Cultura e Desporto - Póvoa de Stª Iria (mapa aqui.)

Antes de mais, só uma coisinha:

É para irmos todos!!

Trata-se de uma festa para angariação de fundos para a operação do Nuno Cabruja.
Já postei montes de vezes sobre ele, agora façam um favor ao Nuno e a vocês mesmos e vão lá fazer alguma coisa de jeito com o vosso Sábado à tarde. Até pode ser que levem umas coisas giras para casa...

A entrada são 5 tratamentos, e podem levar coisas para leiloar e tudo o mais o que ajude à festa e ao objectivo do Nuno e da mulher dele, a incansável Pam.
Vamos lá ajudá-los a conseguir a tal operação que pode devolver a mobilidade ao Nuno, sim? Então, vai ser:

Sábado, Dia 6 de Maio 2006 - 16 Horas
C.P.C.D. - Clube Povoense Cultura e Desporto - Póvoa de Stª Iria (mapa aqui.)

Programa:
GRANDE ESPECTÁCULO de TUNAS
· Tuna Feminina " Damas Tuna " da Universidade Autónoma
· Tuna Lusófona - Universidade Lusófona
· Grupo Serenatas da Faculdade de Motricidade Humana
· Tuna Escalina do ISCAL
· Tuna Bu

LEILÕES DE QUADROS
1- "Luna" (óleo c/ espátula - 1m x 0,72 m), de L.Freitas.
2- "Costa de Caparica" (óleo - 1m x 0,61), de L. Freitas.
3... aqueles que vocês trouxerem para ajudar ao leilão.


Vá. Não fica longe, não custa nada e será uma tarde útil e bem passada, com certeza. Se não puderem ir, ao menos, passem palavra. Se puderem ir, levem o máximo de amigos, família e vizinhos, que conseguirem.
Bora lá, então? A bere.

Exemplar.

Eu vou.

Há três sítios onde quero ir, antes que chegue o Verão e em vez de ir ao Porto:
1. Costa Alentejana
2. Ilha de Tavira
3. Praias da Marinha Grande.

Podem começar a libertar as vossas agendas.

2:40 AM

Tou com fome.

segunda-feira, maio 01, 2006

Ressaquinha.

Sete e meia da tarde. 15º dia sem televisão.
Acho que vou ter de comprar o DVD dos "Morangos Com Açúcar - o Regresso às Aulas depois das Férias da Páscoa".
Juro.

SSF Air.


Sejam bem vindos às SSF Emotional Airlines.
Por favor, endireitem as cadeiras e apertem os cintos de segurança.
Vamos iniciar a descolagem dentro poucos minutos.
A aterragem está prevista para bem depois do nascer do sol, sendo que algum atraso será absolutamente normal. A temperatura a bordo é ardente ao ponto de ebulição. A temperatura exterior oscila entre gelado e escaldante, com possibilidade de aguaceiros. Prevemos alguma turbulência no decurso do voo, sempre em perfeita segurança.
Temos chocolates, almofadas, sacos-cama e refresco de groselha à vossa disposição. Este voo inclui serviço de lufada de ar fresco.
Queremos mesmo que se sintam em casa. Em caso de necessidade, não hesitem em chamar a hospedeira Sílvia bastando para tal premir o botão 'redial' no vosso telemóvel, ou então a campaínha nº 1.
Dentro de momentos, iniciaremos o visionamento do vídeo de entertenimento de bordo: LOST (Perdidos). Esperamos que seja do vosso agrado.

Gratos pela preferência, desejamos-lhes um excelente e esclarecedor voo na nossa companhia.

Salto(s).

E eis que à terceira década de vida, a Sílvia desperta finalmente para esse catalizador de auto-estima que são os... SALTOS ALTOS.


(curioso que isto aconteça quando moro numa cidade todo-o-terreno como é Lisboa. Eh... se eu cair, pode ser que um cavalheiro seja mais rápido a amparar-me a queda...)

Post do 1º de Maio.

Já estou farta de feriados.
(hei-de engolir as minhas palavras, já sei.)

Quem não tem cão...

Amigo não empata amigo.
A felicidade é algo que se multiplica quando se divide.
Atirei no que vi, acertei no que não vi.
Há males que vêm por bem.
O mal de muitos, consolo é.
Não há duas sem três.
O seu a seu dono.
O que arde cura, o que aperta segura.
A uns morrem as vacas, a outros parem os bois.
Quem anda à chuva, molha-se.
Nem tudo o que reluz é ouro.
Quem se deita com meninos, acorda mijado.
Quem dá o que tem, a mais não é obrigado.
Boi, em terra alheia, é vaca.
Gato escaldado de água fria tem medo.
Nada é eterno.
Em Abril, águas mil.
Devagar se vai ao longe.
Depois da tempestade vem a bonança.
Longe das vistas, longe do coração.

The Endie.


Muito bom.
Mas, caraças, ainda bem que já acabou.