quinta-feira, outubro 30, 2008
quinta-feira, outubro 23, 2008
És o que crias e deitas-te na cama que desenhas.
Comprei uma casa usada e a precisar de obras. Leia-se, arranjei uma conta a precisar de restyling total, de rebranding mesmo, e um posicionamento inteiramente novo. O budget do cliente (ou seja, eu) é sensivelmente metade daquilo que seria o mínimo admissível para fazer uma coisa como deve de ser. É um desafio criativo como centenas de outros que já tive. Só que agora o criativo, o cliente, o produto e o consumidor, sou eu mesma.
E eu sou complicadinha.
Com quase uma década de experiências de ideias low(er)-budget e redimensionamento de campanhas de modo a encaixar no budget do cliente que nunca tem dinheiro, com resultados interessantes, espero conseguir fazer o mesmo com esta conta, leia-se, a minha casa.
Também gostava de acreditar que o cliente tem dinheiro, precisa é de uma ideia que lhe abra os cordões à bolsa, só que, infelizmente, o cliente sou eu e a realidade é que não tenho mesmo dinheiro.
Mas tenho fé. Tenho fé e acredito que a criatividade me há-de salvar.
Acredito que, com o passar dos dias, das semanas, das chuvas e dos dias frios e dos dias de calor, das correntes de ar e da vivência das experiências in loco, eu vá conseguir chegar a um conceito+execução que não só seja, no mínimo, brilhante, original, inteligente e até inesperada, como me dê aquele calorzinho na barriga sem me causar a morte por estrangulamento da conta bancária.
Por isso, deixo passar os dias e as semanas e aceito (e rejeito!!) todas as ideias, todos o inputs, todos os ditos disparatados, todas as sugestões megalómanas, todas as teses de todas as pesquisas, e aguardo pacientemente pelo momento em que, considerados todos os prós e contras, e quando eu menos esperar, a solução depurada, cristalina e absolutamente óbvia, me acerte entre as sobrancelhas. Ou isso, ou a persiana da sala que ainda não decidi se tiro ou deixo ficar.
E eu sou complicadinha.
Com quase uma década de experiências de ideias low(er)-budget e redimensionamento de campanhas de modo a encaixar no budget do cliente que nunca tem dinheiro, com resultados interessantes, espero conseguir fazer o mesmo com esta conta, leia-se, a minha casa.
Também gostava de acreditar que o cliente tem dinheiro, precisa é de uma ideia que lhe abra os cordões à bolsa, só que, infelizmente, o cliente sou eu e a realidade é que não tenho mesmo dinheiro.
Mas tenho fé. Tenho fé e acredito que a criatividade me há-de salvar.
Acredito que, com o passar dos dias, das semanas, das chuvas e dos dias frios e dos dias de calor, das correntes de ar e da vivência das experiências in loco, eu vá conseguir chegar a um conceito+execução que não só seja, no mínimo, brilhante, original, inteligente e até inesperada, como me dê aquele calorzinho na barriga sem me causar a morte por estrangulamento da conta bancária.
Por isso, deixo passar os dias e as semanas e aceito (e rejeito!!) todas as ideias, todos o inputs, todos os ditos disparatados, todas as sugestões megalómanas, todas as teses de todas as pesquisas, e aguardo pacientemente pelo momento em que, considerados todos os prós e contras, e quando eu menos esperar, a solução depurada, cristalina e absolutamente óbvia, me acerte entre as sobrancelhas. Ou isso, ou a persiana da sala que ainda não decidi se tiro ou deixo ficar.
quarta-feira, outubro 15, 2008
O outro lado.
Às vezes, dou por mim a observar o comportamento de homens meus conhecidos, casados, dos seus 30 e muitos/40 e poucos anos. O pensamento que mais frequentemente me ocorre é qualquer coisa como:" Como é que é possível alguém aguentar-se casada com um homem assim...?"
Será?
® Katya Leontyeva, St.Petersburg
Fonte: Lomo.Homes
Foi.
Um dia.
De merda.
Safei-me, ao menos isso. Por hoje, ainda tenho como pagar estes litros de água muito pouco ecologicamente conscientes, gastos num banho que espero que me lave de pecados sem consciência. E nem sequer são os meus. São doutrém. Estou a tomar banho para me limpar da merda que me atiram. Mais valia que fosse merda mesmo, daquela de bosta de vaca ou de carneiro. Sempre seria uma dávida da natureza. Assim, como assim, esta merda entranha-se mais fundo que os ossos e vai até à alma. Se tivesse à mão um quilo de bosta, bem que a atirava a quem cá sei. Sempre ficava a bota a condizer com a perdigota, ou, neste caso, a fatiota a condizer com a puta da atitude.
Mas agora estou em casa e ainda me posso dar ao luxo de pagar a água e a luz com que enchi a banheira... E também devia era pagar a uma pedicure para me dar um ar mais decente aos dedinhos dos pés.
Foda-se, que porrada.
sexta-feira, outubro 10, 2008
Ainda não sei.
Se me perguntarem como é a vida no Porto, a única resposta sincera que vos posso dar é: Não sei.
Não sei porque, agora que comprei casa na Invicta, apercebo-me do quão maiata sou. Sempre vivi na Maia e quando lá vou, agora a "casa da mãe", sinto o mesmo que sentia quando vinha de Lisboa - só já não existe o trauma da viagem de regresso de três horas no comboio.
Matosinhos, aqui a dez minutos, parece-me distante. A Foz é um cenário romântico que me relaxa nos passeios matinais ao Sábado. Serralves está convenientemente perto e até é visitável ao domingo antes da chegada do maralhal que aproveita a borlinha. O Cabedelo fica à distância de um passeio de barco. É tudo bom e é tudo novidade, sendo que nada é realmente novo.
Mas tenho saudades de casa. Da Maia. Quando passo três dias seguidos na "minha casa", sinto saudade dos percursos, do ar do campo entrecortado por vias rápidas que lá se respira, os amigos de sempre, das pessoas simples, da placidez, da qualidade de vida inteligente, da vibração calma. E tenho saudades das minhas cadelas, porque na Maia têm uma moradia com jardim para correr, ladrar e controlar duas-ruas-duas. Aqui no Porto, teriam apenas um terraço — que, por espaçoso que seja, levaria a Loira a saltar para o abismo, como é seu hábito — além de que ficariam fechadas todo o dia. Só se o patrão me deixasse trazer as cadelas para a agência.... o que não seria inédito. :)
Mas ando dividida. Parece que não consigo assentar propriamente. Talvez seja a força do hábito da vida nómada que venho tendo nos últimos...err... dez anos!?
Ontem mesmo, ao fazer um trabalho para Lisboa — sim, as agências do Porto fazem trabalhos para Lisboa — tive saudades. Tive saudades da bela desculpa que tinha para não dar cavaco a ninguém cá no Porto. Afinal, estava longe. Agora, afinal, estou perto, mas ainda não aterrei propriamente.
De Lisboa, sinto falta de andar meia perdida, de andar à descoberta, de me meter por sítios que não conhecia, do desafio permanente, de resolver problemas sem ter um método pré-conhecido. Em Lisboa, aconteciam coisas constantemente. É verdade que também dividia a casa, e estava sempre em contacto com pessoas diferentes, e que também saía mais e trabalhava com mais gente. Mais pessoas, e muitas delas desapegadas como eu, significam mais experiências. Aqui, fico mais em casa. Ou saio para tratar de coisas da casa. Ou vou acudir à família. Os amigos continuam tão casados como quando saí para Lisboa, e os que se divorciaram estão num registo que não me apetece revisitar. Tenho de conhecer gente nova... tenho de voltar a adoptar a forma de estar lisboeta, ainda que a curiosidade pela cidade seja diminuta, e me prometa a mim mesma, sem ainda ter conseguido cumprir, que, no próximo fim de semana, vou ver/rever/fazer/conhecer alguma coisa nova.
Tenho de voltar a por os pés no chão, definitivamente, e assumir as rédeas da vida que já tenho.
Enfim... tenho, mas é, de começar com as obras.
Alguém conhece um empreiteiro de confiança?
Não sei porque, agora que comprei casa na Invicta, apercebo-me do quão maiata sou. Sempre vivi na Maia e quando lá vou, agora a "casa da mãe", sinto o mesmo que sentia quando vinha de Lisboa - só já não existe o trauma da viagem de regresso de três horas no comboio.
Matosinhos, aqui a dez minutos, parece-me distante. A Foz é um cenário romântico que me relaxa nos passeios matinais ao Sábado. Serralves está convenientemente perto e até é visitável ao domingo antes da chegada do maralhal que aproveita a borlinha. O Cabedelo fica à distância de um passeio de barco. É tudo bom e é tudo novidade, sendo que nada é realmente novo.
Mas tenho saudades de casa. Da Maia. Quando passo três dias seguidos na "minha casa", sinto saudade dos percursos, do ar do campo entrecortado por vias rápidas que lá se respira, os amigos de sempre, das pessoas simples, da placidez, da qualidade de vida inteligente, da vibração calma. E tenho saudades das minhas cadelas, porque na Maia têm uma moradia com jardim para correr, ladrar e controlar duas-ruas-duas. Aqui no Porto, teriam apenas um terraço — que, por espaçoso que seja, levaria a Loira a saltar para o abismo, como é seu hábito — além de que ficariam fechadas todo o dia. Só se o patrão me deixasse trazer as cadelas para a agência.... o que não seria inédito. :)
Mas ando dividida. Parece que não consigo assentar propriamente. Talvez seja a força do hábito da vida nómada que venho tendo nos últimos...err... dez anos!?
Ontem mesmo, ao fazer um trabalho para Lisboa — sim, as agências do Porto fazem trabalhos para Lisboa — tive saudades. Tive saudades da bela desculpa que tinha para não dar cavaco a ninguém cá no Porto. Afinal, estava longe. Agora, afinal, estou perto, mas ainda não aterrei propriamente.
De Lisboa, sinto falta de andar meia perdida, de andar à descoberta, de me meter por sítios que não conhecia, do desafio permanente, de resolver problemas sem ter um método pré-conhecido. Em Lisboa, aconteciam coisas constantemente. É verdade que também dividia a casa, e estava sempre em contacto com pessoas diferentes, e que também saía mais e trabalhava com mais gente. Mais pessoas, e muitas delas desapegadas como eu, significam mais experiências. Aqui, fico mais em casa. Ou saio para tratar de coisas da casa. Ou vou acudir à família. Os amigos continuam tão casados como quando saí para Lisboa, e os que se divorciaram estão num registo que não me apetece revisitar. Tenho de conhecer gente nova... tenho de voltar a adoptar a forma de estar lisboeta, ainda que a curiosidade pela cidade seja diminuta, e me prometa a mim mesma, sem ainda ter conseguido cumprir, que, no próximo fim de semana, vou ver/rever/fazer/conhecer alguma coisa nova.
Tenho de voltar a por os pés no chão, definitivamente, e assumir as rédeas da vida que já tenho.
Enfim... tenho, mas é, de começar com as obras.
Alguém conhece um empreiteiro de confiança?
segunda-feira, outubro 06, 2008
Still standing.
A casa está a demorar porque as ideias ainda estão a surgir.
E porque vou ter que confiar em alguém para a destruir.
(preciso de voltar a acreditar em milagres)
E porque vou ter que confiar em alguém para a destruir.
(preciso de voltar a acreditar em milagres)
Ao ponto a que cheguei.
Descobri que não tenho paciência para criar machos em casa.
Dão demasiado trabalho.
Dão demasiado trabalho.
Pergunta/Resposta.
— Porque é que só queremos dar o mundo a quem não o pode receber?
— Porque a verdade é que não o queremos dar, de todo.
— Porque a verdade é que não o queremos dar, de todo.
Agora posso.
Apesar de todas as coisas boas que aconteceram ultimamente, não celebrei nenhuma delas. Não celebrei nenhuma das boas conquistas, não celebrei nenhum dia especial. Não abri champanhe, não encomendei uma mariscada, não fiz a festa que tinha pensado que faria.
Ontem dei por mim, acompanhada, mas perfeitamente sozinha, do outro lado da mesa, a celebrar para comigo e sem dar a perceber. Porque posso.
Ontem dei por mim, acompanhada, mas perfeitamente sozinha, do outro lado da mesa, a celebrar para comigo e sem dar a perceber. Porque posso.