domingo, setembro 30, 2012
quinta-feira, setembro 27, 2012
Tenho um excelente terapeuta.
Mas não deixa de ser estranho que a raça humana se tenha tornado tão complicada, mas tão complicada, que temos de pagar a alguém treinado para nos escutar e nos compreender.
Já não saberemos ser amigos?
Mas não deixa de ser estranho que a raça humana se tenha tornado tão complicada, mas tão complicada, que temos de pagar a alguém treinado para nos escutar e nos compreender.
Já não saberemos ser amigos?
quinta-feira, setembro 13, 2012
Hoje fiz as pazes.
Não dormi toda a noite, literalmente consumida por pensamentos parvos e que eu sabia que já não tinham cabimento na minha maneira de viver. Passei a noite a ser assaltada por demónios que estão a perder o lugar na minha consciência. Acordei a tremer e com vontade de vomitar. Percebi que tinha de resolver aquele bloqueio estúpido se queria andar para a frente com a minha vida, em paz, amor e respeito.
Então, peguei no telefone e liguei-lhe.
Pedi-lhe desculpa e compreensão, disse-lhe não tinha maus sentimentos por ele, que lhe desejava toda a felicidade e luz do mundo, que aproveitasse este momento belíssimo que está a viver e que apenas me deixa feliz. Pedi-lhe perdão e compreensão, mesmo, com o coração aberto.
Não sei se consegui, mas pelo menos pedi.
E agradeci-lhe muito o ter atendido o telefonema.
Por outras palavras, pedi ajuda e recebi-a. A partir de hoje vai ser assim para mim, com tudo.
Eu e ele adoramo-nos. Temos um pelo outro um carinho imenso e à prova de toda a estupidez e fragilidade humana, e isso deve ser celebrado e não ignorado, combatido ou reprimido.
Vivemos num mundo onde nos ensinam a odiar, a vingarmo-nos, a agredir e a revidar. Eu já não me identifico com essa forma de viver, mas foi preciso descer aos infernos da vingança e da agressão para tomar consciência, e chamar à atenção dele também, daquilo que não é preciso mais fazer.
Não é preciso mais ter medo, não é preciso mais julgar, condenar nem esconder. A confiança é algo natural e a transparência das emoções será o melhor garante da verdade. Interessa amar, sentir essa emoção boa que nos aquece o coração e nos ilumina o rosto. Interessa amar incondicionalmente, sem prender, sem deter, sem esconder, sem esperar. Interessa-me isso. É isso que me interessa. É isso que vou fazer por prosseguir.
Hoje fiz as pazes com ele (se ele vê assim ou não, eu não controlo).
Hoje fiz as pazes comigo mesma.
Acima de tudo, hoje fiz as pazes.
E fiquei melhor.
(gosto tanto de ti, puto)
Então, peguei no telefone e liguei-lhe.
Pedi-lhe desculpa e compreensão, disse-lhe não tinha maus sentimentos por ele, que lhe desejava toda a felicidade e luz do mundo, que aproveitasse este momento belíssimo que está a viver e que apenas me deixa feliz. Pedi-lhe perdão e compreensão, mesmo, com o coração aberto.
Não sei se consegui, mas pelo menos pedi.
E agradeci-lhe muito o ter atendido o telefonema.
Por outras palavras, pedi ajuda e recebi-a. A partir de hoje vai ser assim para mim, com tudo.
Eu e ele adoramo-nos. Temos um pelo outro um carinho imenso e à prova de toda a estupidez e fragilidade humana, e isso deve ser celebrado e não ignorado, combatido ou reprimido.
Vivemos num mundo onde nos ensinam a odiar, a vingarmo-nos, a agredir e a revidar. Eu já não me identifico com essa forma de viver, mas foi preciso descer aos infernos da vingança e da agressão para tomar consciência, e chamar à atenção dele também, daquilo que não é preciso mais fazer.
Não é preciso mais ter medo, não é preciso mais julgar, condenar nem esconder. A confiança é algo natural e a transparência das emoções será o melhor garante da verdade. Interessa amar, sentir essa emoção boa que nos aquece o coração e nos ilumina o rosto. Interessa amar incondicionalmente, sem prender, sem deter, sem esconder, sem esperar. Interessa-me isso. É isso que me interessa. É isso que vou fazer por prosseguir.
Hoje fiz as pazes com ele (se ele vê assim ou não, eu não controlo).
Hoje fiz as pazes comigo mesma.
Acima de tudo, hoje fiz as pazes.
E fiquei melhor.
(gosto tanto de ti, puto)
quarta-feira, setembro 12, 2012
Zona de desconforto.
Mudo de sítio e vigio os pensamentos, emoções e sentimentos.
Registo a sensação de alívio, de segurança, de refúgio.
Aguardo que a vista se alargue e o espírito expanda e volte a criar.
Vivo cada dia com a certeza da novidade que me há-de trazer.
Mas,
o que mais me surpreende é que ao olhar para quem está para trás, sinto uma sensação de trauma, como se tivesse aguentado o suficiente e agora não mais lá quisesse voltar. Aliás, não é o sentimento que me surpreende, mas sim o elenco de pessoas que o suscitam.
Só olhando de um outro prisma, me apercebo dessa realidade.
Nunca pensei.
Agora sei.
Devia passar mais temporadas fora da 'zona de desconforto'.
Registo a sensação de alívio, de segurança, de refúgio.
Aguardo que a vista se alargue e o espírito expanda e volte a criar.
Vivo cada dia com a certeza da novidade que me há-de trazer.
Mas,
o que mais me surpreende é que ao olhar para quem está para trás, sinto uma sensação de trauma, como se tivesse aguentado o suficiente e agora não mais lá quisesse voltar. Aliás, não é o sentimento que me surpreende, mas sim o elenco de pessoas que o suscitam.
Só olhando de um outro prisma, me apercebo dessa realidade.
Nunca pensei.
Agora sei.
Devia passar mais temporadas fora da 'zona de desconforto'.
terça-feira, setembro 11, 2012
Thank you. More, please. :)
"When you go with the flow, rather than clinging to the energy of an outdated situation, relationship or mindset, nothing remains fixed or rigid. You become open to all opportunities, which then flood into your life almost as if you’ve turned on a tap of Universal energy and love."
segunda-feira, setembro 10, 2012
A bloguice é cíclica.
Aqui há uns tempos (não vou colocar o link porque tenho preguiça), postei que o Facebook matou a Silvia Sem Filtro. Foi no tempo em que o FB era uma cena gira e nova e fixe e divertida que nos perguntava em que estávamos a pensar. Agora, aquela aberração é uma praça pública em que o pensamos não interessa, só mesmo o que ventilamos, o quão cool somos e, já agora o que queremos que nos vendam. Vão para a puta que os pariu a todos! Fartei-me.
É o que acontece quando todos falam ao mesmo tempo. Fica um ruído que já ninguém se entende, mais desesperante que um restaurante espanhol à hora de la cena. Ensurdecedor.
Isso mesmo: ensurdecedor. Surdez bendita. Fiquei surda e a paz voltou.
Vêem? A história é cíclica, a natureza é cíclica e, claro está a bloguice é cíclica.
As poucas pessoas que daqui a uns anos ainda tiverem a destreza cerebral para encadear mais do que 200 caracteres, vão continuar a escrever em blogues ou — se luz se apagar — em papiros, nas paredes e até nas espumas das ondas do mar.
Por isso, voltei. Voltei a encontrar-me, voltei a escrever e o meu cérebro está felicíssimo aqui a ditar. Oh para ele!
A escrever é que é o caminho e vocês nem imaginam a velocidade a que os meus dedos estão a escrever isto. Estão felizes e saltitões e escrevem à velocidade do meu pensamento.
Em que estou a pensar? Vai-te foder! Quer dizer, nisso e em nada, e em tudo, e em mim e definitivamente no quão estou feliz por não ter comprado um descodificador TDT.
A vida começa de novo quando a Sílvia volta a escrever.
A censura viajou até ao outro lado do mundo e por lá ficou, talvez tenha mesmo caído da curvatura da terra.
Voltei a escrever e gosto.
Cá para mim que ninguém nos lê, né? ;)
É o que acontece quando todos falam ao mesmo tempo. Fica um ruído que já ninguém se entende, mais desesperante que um restaurante espanhol à hora de la cena. Ensurdecedor.
Isso mesmo: ensurdecedor. Surdez bendita. Fiquei surda e a paz voltou.
Vêem? A história é cíclica, a natureza é cíclica e, claro está a bloguice é cíclica.
As poucas pessoas que daqui a uns anos ainda tiverem a destreza cerebral para encadear mais do que 200 caracteres, vão continuar a escrever em blogues ou — se luz se apagar — em papiros, nas paredes e até nas espumas das ondas do mar.
Por isso, voltei. Voltei a encontrar-me, voltei a escrever e o meu cérebro está felicíssimo aqui a ditar. Oh para ele!
A escrever é que é o caminho e vocês nem imaginam a velocidade a que os meus dedos estão a escrever isto. Estão felizes e saltitões e escrevem à velocidade do meu pensamento.
Em que estou a pensar? Vai-te foder! Quer dizer, nisso e em nada, e em tudo, e em mim e definitivamente no quão estou feliz por não ter comprado um descodificador TDT.
A vida começa de novo quando a Sílvia volta a escrever.
A censura viajou até ao outro lado do mundo e por lá ficou, talvez tenha mesmo caído da curvatura da terra.
Voltei a escrever e gosto.
Cá para mim que ninguém nos lê, né? ;)
Estou curiosa.
Ultimamente, venho subindo a montanha da consciência. É uma puta de uma montanha, jamais escalada por outra Sílvia. É fo-di-da. Pelo caminho, aparecem guias, gente experiente, outros caminheiros que me dizem que o caminho é mesmo assim. Entre pedras bicudas e pés torcidos, negras e esfoladelas, lá vou subindo e apreciando o pó que me fica nas mãos e as pedras rolantes que, lá de cima, me vêm bater no meio da testa e me trazem lágrimas aos olhos.
Tenho tido que escolher caminhos. Por aqui ou por ali. Para cima sempre, mas o que é que em cada caminho me diz que aquele é o indicado. Vou pisando devagar, buscando pistas. A qualquer altura posso voltar para trás e ir pelo outro lado. Às vezes resvalo e meto o pé naquela pedra que sei que vai rolar. Ela rola, eu caio, mas o caminho fica desimpedido. Adiante, em frente, dói no corpo, e até parece que na também na mente.
Avanço e aprecio o belo dia que está, o vento fresco, a chuva que possa cair, as cores do céu, das nuvens e até as pequenas florinhas selvagens que se atrevem a nascer neste ermo de pedras. Estão mais perto do céu do que muita flor de vasinho que morre à sede atrás do vidro da janela.Valem muito aquelas florinhas.
Ao subir uma montanha assim, aprende-se que, por muita boa vontade que tenhamos, não podemos carregar a mochila dos outros. Não podemos. Só levamos a nossa e vai vazia. Porque nunca se sabe o que podemos encontrar pelo caminho que nos possa servir a cada etapa. Sim, porque a montanha dá-nos tudo, e o universo já deu a capacidade de criar com aquilo que temos à mão. Afinal, foi esse o exemplo de Adão e Eva.
Está tudo lá, e tudo serve para tudo aquilo que precisarmos.
Gosto desta montanha. Quanto mais subo, mais aprecio a vista. Por isso, continuo.
Estou curiosa.
Tenho tido que escolher caminhos. Por aqui ou por ali. Para cima sempre, mas o que é que em cada caminho me diz que aquele é o indicado. Vou pisando devagar, buscando pistas. A qualquer altura posso voltar para trás e ir pelo outro lado. Às vezes resvalo e meto o pé naquela pedra que sei que vai rolar. Ela rola, eu caio, mas o caminho fica desimpedido. Adiante, em frente, dói no corpo, e até parece que na também na mente.
Avanço e aprecio o belo dia que está, o vento fresco, a chuva que possa cair, as cores do céu, das nuvens e até as pequenas florinhas selvagens que se atrevem a nascer neste ermo de pedras. Estão mais perto do céu do que muita flor de vasinho que morre à sede atrás do vidro da janela.Valem muito aquelas florinhas.
Ao subir uma montanha assim, aprende-se que, por muita boa vontade que tenhamos, não podemos carregar a mochila dos outros. Não podemos. Só levamos a nossa e vai vazia. Porque nunca se sabe o que podemos encontrar pelo caminho que nos possa servir a cada etapa. Sim, porque a montanha dá-nos tudo, e o universo já deu a capacidade de criar com aquilo que temos à mão. Afinal, foi esse o exemplo de Adão e Eva.
Está tudo lá, e tudo serve para tudo aquilo que precisarmos.
Gosto desta montanha. Quanto mais subo, mais aprecio a vista. Por isso, continuo.
Estou curiosa.
Em todos os sentidos.
Eu entro dentro de água e começo logo a levar com as ondas na cabeça, fico lixada, começo a irritar-me e até vocifero que detesto o mar e as ondas. Mas depois o J., bruto, distante, exigente, mesmo à treinador de competição, grita comigo "lá para trás!", e eu vou. E depois vêm as ondas e eu dou às barbatanas e a prancha parece que não sai do sítio e eu não consigo apanhar as ondas. O J. grita, comanda "apanha essa!" e eu volto a tentar e apanho a onda, toda torta, a trocar os braços, nem noção do que faço bem ou mal, e lá venho e depois volto lá para trás...
O J. está nas espuminhas com os alunos de surf e eu estou cá atrás, sem pé, sózinha e as ondas parecem-me todas enormes. E começo a pensar na vida. A falar com o mar. Até que o mar me lava a alma e me manda um set inteiro para aproveitar. E quando tal, já não penso em mais nada, curto até me doerem os braços e o fato 3:2 começar a deixar entrar o frio.
No início, é sempre difícil. No início, demora sempre mais do que pensávamos. Mas um dia destes, as coisas começam a fazer sentido. E é esse momento por que espero. Em todos os sentidos.
O J. está nas espuminhas com os alunos de surf e eu estou cá atrás, sem pé, sózinha e as ondas parecem-me todas enormes. E começo a pensar na vida. A falar com o mar. Até que o mar me lava a alma e me manda um set inteiro para aproveitar. E quando tal, já não penso em mais nada, curto até me doerem os braços e o fato 3:2 começar a deixar entrar o frio.
No início, é sempre difícil. No início, demora sempre mais do que pensávamos. Mas um dia destes, as coisas começam a fazer sentido. E é esse momento por que espero. Em todos os sentidos.