Estou com vontade de escrever. Estou mesmo. Estou farta de postezinhos da treta no Facebook e imagens com palavras que é preciso apanhar uma monumental porrada para sequer começar a compreender. Estou com vontade de escrever, mesmo que ninguém me vá, possa, ou se incomode a entender porque, na verdade, não me interessa nada.
Estou cansada e não consigo dormir. Estou carregada de uma energia irrequieta, a cabeça cheia de palavras, o coração cheio de sentimento e os braços vazios. Sim, que os preencho quando me aparece o anjo correspondente, mas que de tão perfeito, se vai no momento certo. Depois mudo de cenário e a lua é outra. Cá estou novamente, num cenário feito à minha imagem, só não sei se boa ou má, ou simplesmente sofrível.
Estou desconfiada, descrente e intolerante. Estou defensiva e, para ser franca, acho que o mundo está cheio de malucos em crise porque tem mesmo de estar. Está tudo a bater mal para que um dia possa ver a luz e bater melhor. Eu estou uns passos à frente, como um dia alguém mo disse, e parece que espero.
Mas estou farta, intediada, cansada de esperar. Já lutei, já caí, já chorei e já me ergui, já senti dor em cada passo, e agora celebro a felicidade que consigo apreciar. Ok, estou pronta, com o curso dos malucos desejavelmente cumprido e ultrapassado com flying colours.
Que mais tenho de fazer, ou deixar de fazer, quanto mais tenho de esperar por aquilo que sei que vem por aí?
Este filme está velho, está gasto, já me começa a irritar. É tudo uma fantochada, o discurso está gasto, o guião está desactualizado. Vivo de noite, arrasto-me de dia. Não quero saber, não faz sentido, o préstimo é quase nulo. E vejo-os correr e discorrer como se tudo fosse tão importante, até ao momento em que uma opinião diferente deita tudo a perder. Estou-me a cagar, não quero saber, tenho outras coisas para aprender, e ao mesmo tempo para ensinar...