sábado, maio 31, 2008

Vida nova, dia #1

Estou de rastos. :P
Mais difícil do que meter tudo no meu minúsculo, mas elástico, Corsa, foi arrumar tudo no meu minúsculo e nada elástico quarto.
A casa da minha mãe está cheia de bibelots e outros objectos abjectos e imprestáveis que a minha mãe muito preza, mas que, com a minha ausência, se estenderam ao meu quarto — quando a despensa que costumava armazenar comida, guarda agora embalagens vazias de take-away e bustos de pedra que caíram do pedestal, algo não chega a ficar podre nesta casa. Como não tenho autorização (!!!..yep) para redecorar o quarto (...grrr...), vejo-me forçada a recorrer a todos os meus anos de mestria conquistados a jogar Sokoban, para mover e arrumar os meus pertences à volta do que aqui persiste. Confesso que, por vezes, exerço a habilidade do desaparecimento por substituição, como seja no caso de roupas de há 3 anos atrás ou dez anos atrás que a minha mãe ainda guardava no sempre crescente, mas nunca suficiente, guarda-roupa.
Vivam os Ecocentros.
Vivam os sacos brancos de 120 litros do Lidl.
Viva a agente imobiliária que me ligou este fim de semana e com quem já fui ver cinco casas, só hoje.

De volta ao País real.


E com direito a presentinho de boa sorte por um amigo lisboeta que esteve por cá este fim de semana: um despertador da Pucca!!
:)

sexta-feira, maio 30, 2008

E o cenário é este.

E no momento em que tento tirar as coisas de casa...

Ah...quão típico.

quinta-feira, maio 29, 2008

Indo eu, vindo eu, a caminho, lá vou eu!

Fui ao Porto e já voltei. Ah!
Ah!... Mas volto para lá amanhã. Foi um belo touchdown só mesmo para meter metade da minha existência em Lisboa debaixo da minha cama em casa da minha mãe (o resto é roupa e há-de ir para dentro dos armários. Só não sei se há-de lá chegar dentro do meu carro, mas isso são outros quinhentos).Tudo muito temporário, tudo muito à la IKEA, com o máximo de gestão do espaço. Metade da minha existência desapareceu, portanto, debaixo de uma cama, e se ninguém souber, ninguém acha que lá está aquilo tudo!!!
Fui e gostei da sensação. Bebi um copo de água e reconheci o sabor cristalino, mais fresco e leve da água de lá. Senti-me em casa sem me sentir dividida como sempre me sentia quando lá ia. Foi... estranho, mas muito bom. :)
Foi como se nunca tivesse estado em Lisboa, só que melhor. Porque estou maior, melhor, e com coisas para fazer, e pronta para começar a fazê-las. Pronta para começar a construir alguma coisa... Sim, estou pronta para trabalhar para as obras... bah!
Mas, sim, tá tudo óptimo. Nem os 700 quilómetros de autoestrada custaram mais que o preço da gasolina, que, por sinal, está mais barata lá uns 12 cêntimos (na Esso de Valongo, e nas bombas do Continente junto ao Arrábida). E é isso.
Amanhã faço mais 300km e depois encosto o carro e vou saber dos transportes para a Boavista.
Hoje ainda vou a Sintra chatear-me com os senhores da Zapp e pois venho tomar café com as gajas ao Café do Monte. Tenho cenas, montes de cenas para fazer ainda aqui. :)))
Para já vou, criativa e estrategicamente, embrulhar mais tarecos de maneira a conseguir metê-los no cu de um Corsa.
Até já.

segunda-feira, maio 26, 2008

Um oráculo, por favor.


E agora, para onde?

domingo, maio 25, 2008

Vinhens, Videns, e Venciens... Risens!!!

Portanto...

Os lisboetas não sabem recusar um convite.

sábado, maio 24, 2008

Maio quase Junho.

Nos dois verões que aqui passei, ou melhor, nas duas primaveras que aqui passei, dormi com a janela aberta a partir do final de Abril, tal era o calor. Este ano, ainda ando por casa de camisola polar. E sim, durmo de janela fechada e vários edredons.
É para me custar menos a aclimatar-me aos ares frescos do Porto.

Not an excuse.

Lista de coisas para fazer amanhã.

Acordar e fazer uma lista de coisas para fazer.

Note to others:

É quando peço que já quase não quero, não preciso
ou começa a deixar de me interessar.
É quando me oferecem que menos faço por precisar
e mais por merecer e reciprocar.

Jovens aversos à política?*


Como é que eles hão-de chegar às urnas?

*este foi para ti, Primium.

Caso houvesse dúvidas.

Sim, gosto de surpresas.
E de mimo. E de pequenos gestos.
E de palavras. E de lembranças. E delicadezas.
E de generosidade. E consideração.
Educação e boas maneiras.
E amizade.
E memórias compridas, como a minha.
E de bons exemplos.


Escasseiam nesta terra...

sexta-feira, maio 23, 2008

Ambiente de trabalho.


A Sílvia esteve aqui. :)

quinta-feira, maio 22, 2008

A trabalhar a um feriado?

Será que ir fazer o reconhecimento de um empreendimento sobre o qual tenho de fazer um trabalho, num feriado, a chover, sendo que fui praticamente forçada a entrar numa H&M e a gastar 62 euros... conta como despesas de deslocação?

terça-feira, maio 20, 2008

Maionese.

E o que faz uma miúda cuja ervilha derreteu durante o dia de non-stop solicitações, pedidos, pensamentos estratégicos e eventualmente algum copy, por entre um script marado sobre um assunto que não domina e não tem tempo de estudar, sendo que ainda tem de ser animado, e que tem de estar pronto amanhã impreterivelmente, e que prometeu a si mesma fazê-lo à noite, no sossego do lar, mas a morrer de sono e cansaço?
Muda de visual, claro.
O sangue corre logo mais animado, e pode ser que chegue ao cérebro.
Ou não.

domingo, maio 18, 2008

Or will I?


*MoMA | The Museum of Modern Art

sábado, maio 17, 2008

Olha que engraçado...

É quase tarde.

É sábado à noite e estou sozinha em casa.
Porque não telefonei a ninguém.

sexta-feira, maio 16, 2008

Questão que me assalta:


Existiria vida antes da invenção da escriba Sílvia?

quinta-feira, maio 15, 2008

Tu larga-me da minha vida!

Nada do que dizemos colhe.
Também não precisa.
...palhacitos!

Teoria da conspiração.

Eu não sei, mas quer-me parecer que o terramoto na China não terá propriamente sido um desastre natural, imprevisível e inevitável. Como disse, eu não sei nada, mas até deu jeitinho à China para acabar com a faladura em torno da questão do Tibete. Além de fazer o mundo ter pena do maior país do mundo, o terramoto afectou uma região onde mora uma enorme comunidade tibetana.
Hmm. Não sei, não...

Salazar, vem para ficar.

E enquanto que eu trabalho contas de incontáveis resorts de cinco, seis, sete estrelas, e moradias milionárias, e condomínios de luxo, os telejornais falam de fome e carestia. Os combustíveis sobem, os transportes públicos sobem, o pão, o leite, os cereais, a carne e outros alimentos básicos sobem, todos os preços sobem, e as pessoas fazem das tripas coração.
Felizmente, a minha mãe contou-me que, quando era pequena, andava a pé, ainda que houvesse transportes, para poupar dinheiro. O meu pai ensinou-me a andar de bicicleta. A minha avó ensinou-me a fazer pataniscas sem recheio e a aproveitar tudo no frango, menos as penas. E o meu avô ainda planta couves no quintal.
Venha de lá o salazar, que temos o tacho para rapar.

domingo, maio 11, 2008

O que é que as mulheres querem de um homem?

Eu sei que este blog já não é o que era dantes, que já não pára aqui o gajedo todo. Eu até estava com esperanças que me respondessem à pergunta, mas, na verdade, eu tenho a minha própria resposta, só não sei se faço bem em acreditar nela:

- que tenha um belo rabinho.
- que nos faça rir.
- que tenha um sorriso bonito.
- que seja meio desobediente, independente, mas de confiança.
- que saiba consertar coisas lá em casa.
- que... coise e tal...assim... e tal e coise.
- que faça massagens.
- que tenha uma costela de médico e outra de mecânico.
- que goste de todos os penteados e despenteados também.
- que saiba que as mulheres são seres humanos.
- que acredite que podemos ficar mais bonitas (em vez de que existem mulheres mais bonitas)
- que volte para casa.
- que tenha uns pais porreiros.
- que tenha talentos por aproveitar que possamos incentivar.
- que cozinhe.
- que arrume e limpe sem termos de lhe pedir.
- que seja atento, nem que seja por uns segundos por mês.
- que saiba dançar.
- que queira aprender coisas.
- que saiba ensinar.
- com quem possamos ser sem filtro.

Visto daqui.

O tempo e espaço conferem perspectiva a tudo.
Dei-lhe tempo e constantei que, dele, nunca recebi um convite para ir a lado nenhum. De todas (pouquíssimas) vezes que fomos a algum sítio, ou o convite foi meu, ou eu ofereci-me para ir junto. E ele ainda me diz que eu não tenho razão.
Mas tenho
Porque também tenho perspectiva.

Mais uma voltinha.

Estou contente por me ir embora. Aliás, nem é tanto por ir embora, mas por ter uma oportunidade de recomeçar novamente. É bom. Been there, done that, loved it, e agora faço de novo.
Confesso que também estou a chegar ao meu limite de muitas coisas.
Dizem-me os DCs que vou arruinar a minha vida ao voltar ao Porto, ou "menos mal", uma vez que vou para a agência que vou. E eu sinto que ainda bem que vim, que descobri o caminho terreste para Lisboa e que, afinal, a capital da fava nova-rica não fica no infinito, mas sim no final da A1 - tal como um dia espero mostrar a alguns lisboetas a descobrir que o Porto não fica nessa massa disforme, indistinta e cinzenta que é "O NOOOORTE..." -, e que cá posso voltar para apreciar apenas as coisas boas, sem me sentir agredida pelas menos compreensíveis. Sinto que vou voltar para onde a vontade, a sinceridade dos sentimentos, o compromisso e a palavra são um bocadinho mais usuais (só um bocadinho assim), e sinto que vou voltar a ter o meu espaço.
Estou cansada de dividir casa. Cansada de ser a única a suprir necessidades comuns, a única a acrescentar conforto à casa, a única a pagar as contas e a ter de correr atrás das pessoas para pagarem a sua parte. Estou farta de emprestar as minhas coisas e farta de as ter de pedir de volta. Estou cansada, incomodada e quero voltar a ter controlo total sobre o espaço e o conteúdo do frigorífico. Quero voltar a deixar a manteiga ganhar ranço e as batatas grelarem porque me esqueci de as comer. Quero um trem de cozinha de luxo. Quero conhecer todas as especiarias que tenho junto ao fogão. Quero uma placa térmica e um forno sempre limpo. Quero ir ao hipermercado uma vez de três em três meses para comprar massa, arroz e cevada que me chegam para meio ano. Quero encher o congelador de gelados do Lidl que não desaparecem por artes alheias. Quero TER espaço no congelador para gelados e refeições pré-cozinhadas e packs de gel para o joelho. Não quero explicar a mais ninguém que o detergente da roupa não é partilhado. Quero ter a MINHA varanda, com a MINHA rede brasileira, e a MINHA mesinha de varandim sem manchas de vinho alheio e cinza de cigarros que não fumo. Quero ser eu a partir e escanar as minhas canecas favoritas.
Quero ir-me embora.

Não queria deixar o calor, mas tenho saudades do ar fresco.

Vou ter saudades da Lisboa que não conheço e que, todos os dias, vou decifrando um bocadinho mais. Vou ter saudades do desafio permanente da cidade, ainda que concorde que me dispersa a energia e me distrai constantemente. Vou transferir essa curiosidade que me anima para o trabalho e para outras capitais da Europa e do Mundo. Vou furar a bolha.
Vou ter saudades de algumas pessoas, e vou ter saudades de pessoas com as quais já não falo há meses e que, caso não lhes houvesse dito que ia voltar para o Porto, continuaria sem falar.

Aprendi muita coisa.
Não sou a mesma pessoa que era quando cheguei.
Estou mais céptica, mais cínica mesmo, e muito mais desafectada. Tenho o coração menos escancarado e não tenho grandes ilusões em relação a nada: nem trabalho, nem afectos, nem destino. É o que for, e vou vivendo. Aqui ou no Porto, ou onde for parar, se parar, quando parar.
Não peço mais nada, não espero nada. Aprendi a viver sózinha, a valer-me sózinha, e quando peço alguma coisa a alguém é por puro mimo.
Vou voltar para casa e o que espero é ser contagiada por uma paixão por um projecto, por um objectivo, é entrar numa batalha e ganhar o que for preciso. E mostrar o que valho, sem filtro e sem pretensões, mas apenas exigência pura.
Gostava de levar algumas pessoas comigo. Porque seria melhor para elas - não sei se para mim, mas, pronto, eu safo-me sempre no final.
Um coisa que as pessoas de Lisboa têm, é que, já que dependeu sempre de mim, ficarão sempre à mesma distância, estando eu aqui, ou no Porto. Por isso, podia até ir já amanhã.
Só que Lisboa lançou-me mais um fiozinho de pesca para me entreter mais uns dias. E eu fico. O importante é que já sinto vontade de voltar - "o chamamento" - e que demorar-me muito mais começa a irritar-me levemente.
Ando a despedir-me, a revisitar sítios, a passar uns últimos dias como se fossem férias antes de voltar ao trabalho, à vida real, no País real. ;)