Primeiro, diz-me que veio ver o meu blog e tal e que aquilo...
sim senhora!..., que ficou surpreendido, que aquilo é...
o teu alter ego, não é? - Alter? Disseste "alter"!? Estou a ver.
Antes de me ler, eu devia ser mais uma bimbinha acéfala, meiguinha, absolutamente inócua e apaixonadíssima por aquele ser luminoso. Depois da visita ao blog, já consigo tomar cafés sem entornar, devo ser capaz de manter uma conversa, e afinal até já mereço estar na presença dele. Tá bem, tá. Vamos lá tomar café.
Estava eu, encandeada, a pôr o pacote de açucar do café no "pneu" doce, e a perninha dele já roçava na minha. Tá frio, pois está, ao pé do mar é mais fresco...
Fala-me lá de ti, que tens feito...Vamos a minha casa tomar chá, depois, boa? Ah sim, tá bem, vamos lá.
Tomo o chá frio, mais tarde, para refrescar. ...
Sabes, a minha relação com a pessoa com quem estou, não funciona, ela não me compreende... (onde foi que eu ouvi isto pela quadragésima oitava vez? ah sim, foi n... bem, agora não interessa nada) Sim, sim, compreendo... E eu com isso? Queres, queres, não queres, tá-se bem, aliás, tá-se bem melhor. Ok, uma gaja não é de ferro, e ele também não tinha como resistir (eheh).
A bere. A coisa não foi maravilhosa, mas havia conserto, e eu até lucrei umas indicações primárias pelo grande mestre. (Obrigada, eu não existia antes de te conhecer).
Se a temperatura subiu, voltou logo a descer. Ele desapareceu depois, eu não insisti.
Ele ligou semanas mais tarde:
- Olá. Estou em casa. - Ah sim, e então?
- Estou por casa hoje, não vou sair. (Ok, tu atiras os foguetes, eu vou apanhar as canas)
- Mas queres que passe aí?
- É preciso dizer? - Era giro, uma miúda gosta sempre de ouvir essas coisas...
- Então tá, estou em casa. - Tá, ok. Daqui a hora e meia. Antes não posso.
Duas horas depois, e já em frente a casa dele, vejo uma SMS recebida há mais de hora e meia: "Tenho que ajudar um amigo a fazer uma coisa. Vamos deixar para outra altura".
Tarde demais. Liguei-lhe:
- Estou aqui, desce. Vem, ao menos, dizer-me olá.
Ele veio. De mãos nos bolsos. Disse-lhe que só tinha visto a SMS segundos antes. Ele não acreditou e manteve as mãos nos bolsos. Eu perguntei (só porque não entrou mosca a tempo) que coisa tão importante estava ele a fazer com o amigo e porque ele tinha tanta pressa de voltar para cima. (
EEEHHHH!!! Wrong question! Wrong timming! Wrong absolutely EVERYTHING!!!) Ele estremeceu. Eu estremeci. Ele deu um passo atrás. Eu dei dois. Muito má vibe. Ele entendeu tudo mal, eu entendi tudo bem demais. Não valia a pena perder tempo a explicar(-me). Meti-me no carro e bazei. Fui procurar a minha tribo.
Passou-se um mês e eu esqueci o personagem. Com-ple-ta-mente.
Eis, senão, que, ¡PLIM! SMS: "Só para dar sinal de vida. Beijinho."
Não reconheci o número. Com o monte de toques que recebi no Sudoeste, podia ser qualquer um. Liguei-lhe:
- Sim, quem fala? :)
- Então, tudo bem? : - Tudo bem, mas olha, quem és...?
- Quem sou!? - a indignação na voz dele, tipo,
tu não reconheces aqui o teu amo e senhor?
- Eh pá, desculpa, a tua mensagem não estava assinada, não reconheço o número...
- Tu não sabes quem eu sou!?? - ai que irritado que ele ficou! eheheh!
- Não...
- Sou o (Cof!). - Cooofff... ora Coofff...
- Cof Antunes! - ...xiça, tá mesmo f**iiiiiiiido!
- ... Cof Antuuun...ah! Hummm... Então, errr... Desculpa, não estava à espera.
- Não tens o meu número!!? - ele não acredita que seja possível tal heresia.
- Humm.... (
não lhe digas, Sílvia, não lhe digas o que estás a pensaaaarr...tarde demais!) Oh pá, não curti a tua atitude, e apaguei todos os teus contactos. Foi isso. E então, ligaste-me para quê?
- Eh, disseste-me que quando estivesse no Porto para te ligar, irmos tomar café... - Ah bom, claro. Mas queres tomar café hoje?
- Hoje não posso, tenho... - Pois, eu também não, nem sequer estou no Porto.
- Amanhã? - Amanhã... a-ma-nhããã, amanhã tenho treino e só se for tarde, tipo, depois das dez e meia. Mas vamos fazer assim, para não acontecer o que já aconteceu antes...
- Eh pá, não quero falar disso agora... - Pois... ligas-me mesmo antes da hora e confirmas, ok? Mesmo em cima da hora, tá bom? É que podes mudar de ideia, entretanto...
- Nada! Amanhã, tomamos café. - Há convicção a mais nessa combinação. Há, há...
- Mas confirma, ok?
- Ok, ok... - hmmm, hmmm...
- Então, até amanhã.
- Até amanhã. Beijinhos. Parte interactiva deste post:
Será que ele ligou no dia seguinte? Será que fomos tomar café? Terá ele desistido de atender o telefone e de responder a mensagens? Serei eu a reincarnação da Madre Teresa de Calcutá ou, pelo contrário, terei eu voltado a apagar todos os contactos dele? Não aguardem cenas de próximos episódios, porque não as haverá.
É só avariados. Kaput!